Os ministros das Finanças da União Europeia (UE) reafirmaram hoje o apoio ao desenvolvimento do projeto do euro digital, enquanto moeda complementar ao euro físico, salientando que pode contribuir para posicionar a Europa na vanguarda da inovação tecnológica financeira.

“Há um forte racional estratégico para salvaguardar o futuro do euro num ambiente digital, pois enfrentaremos mudanças na tecnologia de pagamentos nas próximas décadas. Segurança, privacidade e inclusão devem ser aspetos centrais, refletindo os nossos valores comuns”, lê-se num comunicado divulgado pelo Eurogrupo no dia em que a Comissão Europeia apresentou uma proposta legal para a forma virtual da moeda única, a emitir pelo Banco Central Europeu (BCE) e complementar ao numerário.

O pacote hoje divulgado pelo executivo comunitário, em Bruxelas, inclui novas propostas para um quadro legal para a moeda única digital, propondo um euro digital que, à semelhança do numerário, esteja “disponível juntamente com os meios de pagamento privados nacionais e internacionais existentes, tais como cartões ou aplicações”, sendo distribuído pelos bancos da União Europeia, aceite na zona euro, gratuito e disponível sem internet.

Na declaração hoje divulgada, o presidente do Eurogrupo, Paschal Donohoe, assume o seu “amplo apoio” ao trabalho em curso para desenvolvimento do projeto, de forma a garantir que a moeda única “acompanha um mundo cada vez mais digital”.

Destacando a “importância de manter os cidadãos, empresas e potenciais intermediários bem informados e empenhados na compreensão da lógica e do valor acrescentado da possível introdução de um euro digital”, os ministros das Finanças da UE apontam a necessidade de “explicar melhor a diferença que este projeto teria na vida quotidiana dos cidadãos europeus”.

Para o Eurogrupo, os três principais trunfos do projeto do euro digital são o facto de oferecer um meio único de pagamento digital europeu, utilizável em toda a área do euro; funcionar como uma forma adicional de moeda, já que o euro físico continuará a circular na economia; e poder “ajudar a posicionar a Europa como líder na vanguarda da inovação tecnológica financeira”.

“No Eurogrupo, continuaremos empenhados no desenvolvimento deste projeto, sem prejuízo do trabalho em curso a nível legislativo”, remata Paschal Donohoe.