O SC Braga somou a segunda vitória consecutiva na I Liga ao vencer o Farense por 1-0, em jogo da 26.ª jornada, num encontro onde a eficácia fez a diferença.
O único golo da partida foi apontado pelo espanhol Gabri Martínez, aos 70 minutos, mas a vitória dos minhotos começou a ser construída pelas intervenções decisivas do guarda-redes Lukas Hornicek.
Com este triunfo, os bracarenses assumem provisoriamente o terceiro lugar da tabela, com 53 pontos, à frente do FC Porto (50), que ainda joga hoje contra o AVS. Já o Farense, que soma agora 12 jogos sem vencer, mantém-se no 17.º lugar, com 17 pontos, e pode cair para a última posição caso o Boavista vença.
Farense dominador, Braga eficaz
Depois da vitória frente ao FC Porto (1-0), Carlos Carvalhal voltou a apostar em Zalazar e Fran Navarro no onze inicial. Já o Farense, em busca de um resultado positivo na luta pela manutenção, entrou com três novidades: Ângelo Neto, Yusupha e Rui Costa.
O técnico Tozé Marreco abandonou o sistema com três centrais e apostou num esquema mais ofensivo, ‘4x4x2’, que se transformava em ‘4x2x4’ no ataque. A pressão alta do Farense gerou várias oportunidades nos primeiros minutos, com Rony Lopes e Rui Costa a obrigarem Hornicek a intervir.
Os algarvios controlaram a primeira parte, tendo chegado ao intervalo com um registo de oito remates contra nenhum do Braga. No entanto, a falta de eficácia manteve o nulo no marcador.
Na segunda metade, o Braga reorganizou-se, e, mesmo com um Farense persistente no ataque, foi mais eficaz: aos 70 minutos, Gabri Martínez aproveitou um passe de Ricardo Horta e bateu Ricardo Velho para o 1-0.
O Farense tentou responder, mas encontrou sempre Hornicek no caminho, e, já com as substituições esgotadas, viu-se reduzido a 10 jogadores devido a uma lesão de Elves Baldé. No final, os minhotos ainda tiveram chances para ampliar o marcador, mas o resultado não se alterou.
Declarações de Carlos Carvalhal, treinador do Sporting de Braga, em conferência de imprensa, após a vitória por 0-1 frente ao Farense este sábado, 15 de Março, no Estádio São Luís, em Faro.
[Que análise faz ao jogo?]
Queria agradecer a presença dos adeptos e dar os parabéns aos meus jogadores pelo jogo abnegado que fizeram, mas também aos jogadores do Farense pelo que lutaram.
Antevia-se um jogo difícil. O Farense a jogar no São Luís é agressivo. Pressionou-nos muito na primeira parte, tivemos dificuldade em sair, com demérito nosso também.
Falhámos muitos passes, muitas receções, mas pareceu que o Farense estava muito cómodo.
Ao intervalo, eu e a minha equipa decidimos alterar alguns posicionamentos que dificultaram as saídas do Farense. Houve a entrada do Racic, um jogador mais posicional, no meio-campo, o Horta e o Zalazar ganharam melhor a posição no terreno e partimos para uma segunda parte boa.
Não era justo termos marcado o segundo golo, mas tivemos duas, três oportunidades para o fazer. Para nós, o mais importante, foi conseguir os três pontos.
[O objetivo para esta época é o 3º lugar?]
O grande objetivo passa a ser vencer o Arouca na próxima jornada. Um passo de cada vez. Estamos no bom caminho a ambição é boa. Estamos a jogar uma vez por semana e isso nota-se na frescura da equipa, na forma como acaba o jogo.
[O Braga não teve uma época fácil. Está surpreendido por chegar a esta altura a lutar pelo 3º lugar?]
Eu não estou a lutar pelo 3º lugar: estou a lutar pela melhor posição possível. No final, logo veremos onde estamos. Eu já o disse: sem estar a sacudir a água do capote, quando um treinador não começa a temporada, apesar do empenho de todos, não é a mesma coisa.
Em Janeiro, conseguimos, mais internamente do que fora, reformular a equipa, mais ao nosso jeito, a jogar o nosso futebol e quem trabalha e faz tudo espera sempre vencer. É isso que nós estamos a fazer jogo a jogo.
Declarações de Tozé Marreco, treinador do Farense, em conferência de imprensa, após a derrota por 0-1 frente ao Sporting de Braga, este sábado, 15 de Março, no Estádio São Luís, em Faro.
[Que análise faz a um jogo em que o Farense talvez tenha feito uma das melhores exibições da época?]
Tem sido lugar-comum o que se tem passado nestes jogos. São socos consecutivos naquilo que produzimos, e os poucos golos que marcamos aqui no São Luís.
É frustrante, porque mais uma vez criámos tantas situações, contra uma equipa que está a fazer o campeonato que está a fazer, e não conseguimos fazer golos.
Se me pergunta se tenho justificação para isso, não tenho, porque efetivamente, na primeira parte – na segunda parte menos, porque o Sporting de Braga equilibrou –, a quantidade de situações que temos são muitas para, pelo menos, fazermos um golo.
A segunda parte foi equilibrada, mas lembro-me de oportunidades do Elves [Baldé] e do Rony [Lopes]. É inexplicável o facto de não fazermos golos no nosso estádio.
É um sentimento de muita frustração por ainda não termos o equivalente em pontos às exibições que temos feito.
[Pelas suas contas, como é que o Farense vai evitar a despromoção?]
Não vale a pena fazer contas. A situação está muito difícil. Andamos a remar contra a maré desde a primeira jornada. O campeonato, para o Farense, esteve sempre muito difícil.
Estão cada vez menos pontos em jogo, aquilo a que nos agarramos é a cada jogo. Encarar a realidade, insistir no que temos de insistir e encarar cada jogo como se fosse o último, como os rapazes fizeram, que deram mais uma vez tudo deles.
Dar tudo de nós, trabalhar nos limites como temos feito sempre. Cabeça muito bem levantada, porque temos trabalhado para dar a volta à situação. No que controlamos, voltámos a fazer mais um jogo competente, tal como fizemos com o Rio Ave e o Gil Vicente. Não estamos a conseguir fazer pontos, mas temos de insistir no que está a ser bem feito.
[O que o levou a acabar com o sistema de três centrais?]
Eu não deixei o sistema de três centrais. O que se passou é que atacámos num 4-2-4 e defendemos num 5-2-3. O Pastor mais por dentro, o Rony a fechar corredor e foi essa a alteração que fizemos.
Queríamos encaixar aqueles quatro na frente para dar um sinal, ainda por mais aqui em casa. Não tem a ver com sistemas; nós, a três, criámos muito com o Rio Ave, com o Gil, mas queríamos dar uma entrada diferente no jogo e a estratégia passou por aí.
O que produzimos, uma vez mais, deixa-me orgulhoso dos jogadores, no aspeto do que tem lutado e feito.
Ficha de jogo
Estádio: São Luís, Faro
Resultado: Farense 0-1 SC Braga
Marcador: Gabri Martínez (70’)
Equipas:
Farense: Ricardo Velho, Pastor (Darío Poveda, 77), Marco Moreno, Cláudio Falcão, Derick Poloni (Miguel Menino, 77), Zé Carlos, Ângelo Neto (Filipe Soares, 77), Rony Lopes, Yusupha (Marco Matias, 58), Rui Costa (Elves Baldé, 67) e Tomané.
Treinador: Tozé Marreco.
SC Braga: Lukas Hornicek, Victor Gomez, Paulo Oliveira, Robson Bambu (Niakaté, 66), Chissumba, João Moutinho, Gorby (Racic, 46), Gabri Martínez, Rodrigo Zalazar (Rúben Furtado, 66), Ricardo Horta (Diego Rodrigues, 86) e Fran Navarro (El Ouazzani, 23).
Treinador: Carlos Carvalhal.
Disciplina: Cartão amarelo para Robson Bambu (56), Pastor (71) e Filipe Soares (90+4).
Assistência: 6.064 espetadores.