Famílias enfrentam dificuldades financeiras devido a cortes nos subsídios de renda e aumento do custo de vida
O número de pedidos de ajuda para pagar a renda de casa aumentou em 67% no primeiro trimestre de 2025, em comparação com o mesmo período do ano passado, de acordo com a Associação Portuguesa para a Defesa do Consumidor (Deco). Até o final de março, a associação recebeu mais de 300 solicitações.
A Deco revelou que muitas famílias estão a recorrer a sacrifícios extremos para manterem as suas casas, com algumas a reduzir gastos na alimentação para poderem pagar as rendas. Este cenário reflete um “desespero” crescente para os agregados familiares, especialmente para aqueles que perderam ou tiveram o apoio extraordinário à renda cortado ou reduzido.
De acordo com o jornal Diário de Notícias, 87 mil contribuintes perderam o apoio à renda em relação ao ano passado. Em fevereiro, 46 mil pessoas foram privadas do subsídio de renda sem qualquer aviso prévio, devido a falhas ou incongruências nas suas declarações à Autoridade Tributária (AT).
O subsídio de renda, que pode chegar a 200 euros por mês, é atribuído de forma automática, através do cruzamento de dados da Autoridade Tributária e da Segurança Social. Este apoio é considerado essencial para muitas famílias cumprirem com as suas obrigações mensais.
A coordenadora do Gabinete de Proteção Financeira da Deco, Natália Nunes, relatou que muitas famílias estão em situações financeiras precárias, com algumas a recorrerem ao crédito pessoal ou cartões de crédito para conseguirem pagar as rendas. Ela destacou ainda que o endividamento está a aumentar, com muitas famílias a atrasarem os pagamentos ou a incumprirem as suas obrigações financeiras.
O aumento deste tipo de pedidos de ajuda mostra o impacto do aumento do custo de vida e das dificuldades financeiras que muitas famílias em Portugal estão a enfrentar.