Iniciativa Liberal sobe para nove deputados, mas líder admite ambição maior. Partido recusa populismo e garante atuação independente no Parlamento.

O líder da Iniciativa Liberal (IL), Rui Rocha, reconheceu na noite eleitoral deste domingo que os resultados das legislativas ficaram aquém das expectativas, apesar de a IL ter subido de oito para nove deputados. Ainda assim, garantiu que não mudaria nada na campanha feita:

“Estivemos à altura das circunstâncias quando outros falharam. Fizemos uma campanha positiva e com ética, rigor e transparência. Não teria feito nada diferente.”

Durante o seu discurso no Palácio Xabregas, em Lisboa, Rui Rocha descartou qualquer participação num governo liderado pela Aliança Democrática (AD), afirmando que o trabalho da IL será feito a partir do Parlamento.

“As maiorias possíveis estão constituídas. O nosso papel será, no parlamento, continuar a defender as nossas ideias.”

O líder liberal garantiu ainda que o partido manterá a sua identidade ideológica:

“Não vamos ser populistas, não vamos oferecer tudo a todos, não vamos trair a confiança daqueles que hoje votaram em nós.”

Independência e ética política

Apesar de ter felicitado Luís Montenegro, Rui Rocha sublinhou que a conversa “foi apenas para dar os parabéns” e não envolveu qualquer negociação para acordos pós-eleitorais.

A Iniciativa Liberal mantém-se como a quarta força política no Parlamento, com um crescimento modesto face a 2024. Rui Rocha admitiu que esperava um resultado mais expressivo, mas destacou a coerência da campanha liberal como fator positivo.

Críticas à esquerda e apelo à responsabilidade

Rui Rocha aproveitou ainda o discurso para responsabilizar a esquerda pelo crescimento do Chega, embora sem especificar em detalhe. A IL tem-se posicionado como um partido que rejeita tanto o “populismo de direita” como a “ineficácia da esquerda”.

“A nossa missão é ser uma alternativa liberal responsável, com propostas realistas para reformar o país.”