Durante cerimónia em Espanha que assinalou os 40 anos da adesão à UE, o antigo Presidente da República defendeu uma frente europeísta para combater populismos e elogiou o papel da cooperação ibérica no sucesso da integração europeia.

Texto reestruturado para jornal online:
O antigo Presidente da República, Aníbal Cavaco Silva, manifestou confiança na estabilidade do atual Executivo português, afirmando estar “convencido de que temos Governo para quatro anos”, apesar de se ter escusado a comentar diretamente a situação política nacional. As declarações foram prestadas esta quarta-feira, em Toledo, no âmbito da celebração dos 40 anos da adesão simultânea de Portugal e Espanha à União Europeia.

“Não quero fazer nenhuma declaração sobre o que se passa na situação política portuguesa, embora, neste momento, esteja convencido de que temos Governo para quatro anos. Todos apostam num espírito reformista, como o primeiro-ministro já afirmou, para esse período — tão importante para nos aproximarmos do nível de vida dos países da União Europeia mais desenvolvidos”, afirmou Cavaco Silva.

Questionado sobre o crescimento da oposição populista, o ex-chefe de Estado sublinhou a importância de uma frente unida europeísta:
“Neste momento é precisa uma força europeia, defendendo os valores fundamentais da paz, direitos humanos e diálogo, por forma a conseguir enfrentar os eurocéticos e populistas. Nós também os temos em Portugal e, por isso, é preciso uma frente europeísta para conter movimentos eurocéticos e populistas.”

Acompanhado pelo antigo primeiro-ministro espanhol Felipe González, Cavaco Silva recordou o impacto positivo da adesão conjunta à então Comunidade Económica Europeia, em 1986. “Fomos chefes de governo na primeira década da adesão. Nas nove cimeiras que realizámos em conjunto coordenámos posições em relação às matérias em debate na União Europeia”, sublinhou.

Para Cavaco, o marco da adesão assinalou uma “nova fase nas relações económicas, comerciais e políticas entre Portugal e Espanha”, lembrando que, até então, as relações entre os dois países ibéricos “não eram normais para países com uma fronteira comum”.

A concluir, deixou um apelo para o futuro: “Defendi um aprofundamento da Zona Euro, para reforçar a posição do euro como moeda mundial e ganhar força no diálogo internacional com outros blocos económicos — em particular com os Estados Unidos e a sua nova administração.”

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