Mariana Mortágua quer ouvir ministra da Administração Interna e diretor da PJ sobre infiltrações nas forças de segurança e omissões no RASI.

O Bloco de Esquerda (BE) vai chamar ao Parlamento a ministra da Administração Interna, Maria Lúcia Amaral, e o diretor nacional da Polícia Judiciária (PJ), Luís Neves, para prestarem esclarecimentos sobre a atuação e infiltração de grupos de extrema-direita em Portugal. A informação foi avançada esta quarta-feira pela líder do partido, Mariana Mortágua, em declarações no Parlamento.

A deputada criticou o primeiro-ministro, Luís Montenegro, e o presidente da Câmara de Lisboa, Carlos Moedas, pela “desvalorização sistemática” das ameaças vindas de grupos de extrema-direita, alguns deles já classificados como terroristas a nível internacional. Mortágua lamentou ainda a remoção de um capítulo do Relatório Anual de Segurança Interna (RASI) de 2024, onde se mencionava a presença de um desses grupos no território nacional.

A dirigente do BE manifestou também preocupação com o desmantelamento recente de uma milícia armada de extrema-direita, onde foi identificado um chefe da PSP em serviço na Polícia Municipal de Lisboa. Segundo a deputada, este é um sinal de radicalização preocupante entre jovens e de infiltração nas forças de segurança.

O BE vai assim solicitar em sede de comissão parlamentar a audição de ambos os responsáveis para esclarecer o que está a ser feito face a este tipo de ameaças e confrontar o que foi omitido no relatório com os factos conhecidos. “Este assunto é demasiado importante para ser ignorado”, frisou Mortágua.