Tribunal de Vila Real declarou homem de 55 anos inimputável e aplicou-lhe medida de internamento até 14 anos por tentativa de homicídio e planeamento de incêndio.

O Tribunal de Vila Real declarou esta terça-feira, 24 de junho, inimputável e perigoso o militar da GNR na reserva que tentou matar um colega a tiro no Posto de Trânsito de Chaves, em agosto de 2024. O arguido, de 55 anos, ficará internado numa unidade psiquiátrica por um período entre três anos e 14 anos e dois meses, sujeito a reavaliações

O homem foi julgado pelos crimes de homicídio qualificado na forma tentada, atos preparatórios de incêndio e explosão, e detenção de armas proibidas — sendo absolvido apenas deste último.

Durante o julgamento, o militar alegou que apenas se defendeu de uma suposta agressão, mas o tribunal considerou o testemunho incoerente e atribuiu-lhe a autoria dos atos. A juíza destacou ainda a perigosidade psiquiátrica do arguido.

O ataque ocorreu a 3 de agosto de 2024, poucos dias depois de o militar passar à reserva. Por volta das 19h00, entrou no posto onde estava apenas um guarda e disparou várias vezes. A vítima conseguiu escapar pelas janelas, mas voltou a entrar no edifício por sentir que devia proteger o posto. Conseguiu imobilizar o agressor, mas sofreu uma agressão na cabeça com a coronha da arma, tendo necessitado de tratamento hospitalar.

Além dos disparos, o arguido preparou engenhos incendiários com gasolina, semelhantes a cocktails molotov, com a intenção de destruir o posto.

Segundo o Ministério Público, o ataque estará relacionado com sentimentos de revolta do agressor contra a instituição e colegas, motivados por anteriores denúncias que apresentou.

O militar terá ainda de pagar uma indemnização de quatro mil euros à vítima.