Autarca alerta que falta de acessos coloca em risco a segurança das populações e trava desenvolvimento económico e turístico da região.
O presidente da Câmara Municipal de Melgaço, Manoel Batista, voltou a exigir ao Governo a criação de uma ligação rodoviária alternativa entre os concelhos de Monção, Melgaço e Valença, sublinhando que “está em causa a segurança das populações”, assim como o crescimento económico e industrial do território.
A posição do autarca melgacense acompanha a recente tomada de posição do presidente da Câmara de Monção, tendo ambos reforçado a exigência durante a inauguração da Feira do Alvarinho, perante a presença do Ministro da Agricultura.
“A reivindicação é clara e antiga: exigimos a continuidade da A28 até Valença, ao nó de São Pedro da Torre, e daí uma nova ligação até à EN 202, que conecta Monção a Melgaço”, afirmou Manoel Batista em declarações exclusivas a O MINHO.
Tecido económico em risco
A falta de vias adequadas afeta diretamente o desenvolvimento do tecido empresarial, com o autarca a alertar que a expansão industrial nos concelhos de Monção e Melgaço está em risco devido às más acessibilidades.
“É absolutamente incomportável continuar a fazer este trajeto. Trata-se de uma exigência legítima das populações e das autarquias”, frisou.
Acidentes, tempo de deslocação e saúde pública
A EN 202 e a EN 101, principais vias de acesso na região, são descritas por Manoel Batista como “palco de acidentes gravíssimos” e sem condições de segurança para a circulação diária.
Além disso, a demora nas deslocações entre Melgaço e Valença é apontada como crítica: “São 40 quilómetros que podem demorar até 45 minutos a percorrer — o mesmo tempo que se leva a chegar ao Porto. Isto compromete a qualidade de vida de quem aqui vive e trabalha”.
O autarca destaca também o impacto negativo nas respostas de emergência médica: “Um habitante de Castro Laboreiro, do Lugar do Ribeiro de Baixo, precisa de percorrer 140 quilómetros até ao Hospital de Viana do Castelo. Uma via adequada permitiria uma chegada mais rápida e segura”.
Manoel Batista conclui com um apelo firme ao Governo: “A região não pode continuar esquecida. Está em causa a vida, o futuro e a coesão territorial do Alto Minho”.