Administração garante que decisão foi “estratégica” e não por ordem do Governo

O Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP) denunciou esta quinta-feira que a ULS Braga recuou na contratação de 40 enfermeiros com vínculo temporário, alegadamente por orientação do Governo.

Segundo Pedro Gonçalves, dirigente sindical, estes profissionais tinham sido contratados em abril no âmbito do plano de contingência de verão e já tinham sido abordados para prolongar funções, consideradas “essenciais” para manter a capacidade assistencial.

“Foi assumido, a 21 de julho, que, sem estes enfermeiros, a instituição não conseguiria manter a atividade assistencial. No entanto, a 30 de setembro foram informados, por e-mail, que já não iriam assinar novo contrato”, afirmou o sindicalista em declarações à RUM.

O SEP acusa ainda o Ministério da Saúde e a Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS) de terem condicionado a decisão, e alerta para consequências diretas: “Se estes 40 colegas não forem integrados, o trabalho terá de ser absorvido por outros enfermeiros que já acumulam horas extraordinárias”.

Pedro Gonçalves sugere mesmo que a medida poderá estar ligada a uma tentativa de “reduzir a dimensão da ULS Braga para a tornar mais apetecível a uma futura parceria público-privada”.

Os enfermeiros afetados vão reunir em plenário para decidir formas de luta, enquanto o sindicato já pediu uma reunião urgente com a administração hospitalar.

A resposta da ULS Braga

Em comunicado enviado à RUM, a ULS Braga rejeita ter recebido “qualquer diretriz ou orientação do Ministério da Saúde e da ACSS” sobre esta matéria.

A administração explica que questionou os enfermeiros sobre a disponibilidade para continuarem na instituição “em funções diferentes e mediante novo contrato”, mas sem compromisso vinculativo.

A proposta acabou suspensa “por motivos estratégicos da gestão da instituição”, de modo a permitir uma reavaliação de custos, redefinição de necessidades e preparação de um plano de recrutamento sustentável.

A ULS Braga sublinha que as novas contratações só avançarão no âmbito do Plano Sazonal de Inverno, que entrará em vigor em breve.

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