Montenegro anuncia contribuição na véspera da COP30, em Belém do Pará, juntando-se ao Brasil na liderança da iniciativa
O primeiro-ministro, Luís Montenegro, anunciou esta quinta-feira que Portugal vai contribuir com um milhão de euros para o Fundo Florestas Tropicais, uma iniciativa global liderada pelo Brasil para remunerar países que conservem florestas tropicais. O anúncio foi feito em Belém do Pará, à margem da cimeira de líderes que antecede a 30.ª Conferência das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas (COP30).
Com esta decisão, Portugal torna-se o segundo país, depois do Brasil, a declarar investimento no fundo, que será lançado oficialmente esta tarde pelo Presidente brasileiro, Lula da Silva.
“Um contributo decisivo para o futuro da humanidade”
“Decidimos integrar os países fundadores deste movimento que vai criar o fundo para a proteção da floresta tropical. Vamos dar uma contribuição financeira de um milhão de euros para este arranque”, afirmou Luís Montenegro, destacando a importância do compromisso ambiental português.
O chefe do Governo sublinhou o impacto global das políticas de conservação ambiental, reforçando o papel de Portugal na cooperação internacional:
“É com muito entusiasmo e sentido de responsabilidade que participamos neste projeto, conscientes de que tudo o que fizermos a favor da biodiversidade e do equilíbrio ambiental, em qualquer parte do planeta, terá repercussão nas nossas vidas.”
Montenegro destacou ainda a ligação de Portugal ao projeto desde a sua génese, manifestando esperança de que o fundo “possa gerar uma maior capacidade de preservação das florestas no futuro” e garantir “um mundo sustentável para as gerações vindouras”.
Brasil lidera iniciativa com mil milhões de euros
O Brasil, anfitrião da cimeira, já anunciou um investimento inicial de cerca de mil milhões de euros para dar início ao Fundo Global das Florestas Tropicais.
A proposta pretende recompensar financeiramente os países que conservem as suas florestas, reservando 20% dos recursos para povos indígenas e comunidades tradicionais, reconhecendo o seu papel essencial na proteção dos ecossistemas.
Segundo Lula da Silva, o fundo visa “substituir o conceito de doação pelo de investimento e financiamento sustentável”, de modo a garantir retorno ambiental, social e económico.
Portugal destaca papel nas metas climáticas europeias
Questionado sobre o acordo político europeu para reduzir as emissões de CO₂ em 90% até 2040, Luís Montenegro salientou que Portugal foi um dos países que mais impulsionou a meta dentro da União Europeia, mas sublinhou que o país também tem resultados sólidos a nível nacional.
“Portugal encerrou 2024 com 71% da energia produzida a partir de fontes renováveis. É um esforço enorme e uma demonstração de que estamos na linha da frente da transição energética”, afirmou.
Cimeira do Clima em Belém: 60 líderes mundiais presentes
A cimeira preparatória da COP30, que decorre entre quinta e sexta-feira em Belém do Pará, reúne cerca de 60 chefes de Estado e de Governo e delegações de 143 países.
O encontro pretende reforçar o compromisso internacional no combate às alterações climáticas e definir novas estratégias de financiamento e cooperação ambiental.
A ausência dos líderes da China, Estados Unidos e Índia — os três maiores poluidores do planeta — é, contudo, notada no arranque dos trabalhos.



































