Morreu Eurico Figueiredo, histórico dirigente do PS, aos 86 anos

Antigo deputado e referência da luta antifascista estava internado no Porto com gripe A

Eurico Figueiredo, histórico dos quadros do Partido Socialista, morreu este sábado aos 86 anos. Segundo a RTP, o antigo dirigente socialista encontrava-se internado há vários dias no Hospital de Santo António, no Porto, onde acabou por não resistir a um quadro de gripe A.

Natural de Justes, no concelho de Vila Real, onde nasceu em 1939, Eurico Figueiredo iniciou muito cedo a sua atividade política, ainda enquanto estudante. Em 1962 foi eleito primeiro secretário-geral do Secretariado Nacional dos Estudantes Portugueses e, no ano seguinte, fundou em Coimbra o clandestino Movimento Sindical Estudantil.

A sua oposição ao regime ditatorial levou-o a ser detido por três vezes pela PIDE, acabando por se exilar na Suíça em 1965. Apesar de uma breve ligação ao PCP durante a juventude, abandonou o partido na sequência da invasão da Checoslováquia pela antiga União Soviética, em 1967, aproximando-se depois do Partido Socialista.

Militante do PS desde agosto de 1974, Eurico Figueiredo desempenhou vários cargos de direção e foi deputado à Assembleia da República. Desfiliou-se do partido em 1999, em divergência com a liderança então exercida por António Guterres, regressando mais tarde por um curto período, antes de voltar a sair aquando da desfiliação de António José Seguro.

Após a saída definitiva do PS, concorreu às eleições europeias de 2014 pelo Partido da Terra – MPT, encabeçando a lista do Porto. Nesse mesmo ano protagonizou uma greve de fome, em protesto contra a Segurança Social, alegando que o Estado lhe devia mais de três mil euros na sequência de uma penhora considerada ilegítima.

A situação estava relacionada com uma dívida resultante do não pagamento de contribuições entre 2005 e 2008, enquanto administrador de uma empresa vitivinícola. A penhora da sua reforma viria a ser considerada ilegal em outubro de 2014, mas a greve de fome só foi iniciada em setembro do ano seguinte, cumprida no seu domicílio.

O Partido Socialista já reagiu à morte de Eurico Figueiredo, manifestando profundo pesar e recordando-o como uma figura marcante da luta antifascista e “uma referência política incontornável para todos os socialistas”.

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