A Câmara de Barcelos criou um corredor de segurança entre o recinto da feira, o hospital e a Santa Casa da Misericórdia. O objetivo é dar origem a uma via de acesso direto para as ambulâncias e evitar que, por exemplo, os carros funerários andem pelo meio da feira.
Com o corredor, os feirantes terão de abandonar o passeio junto ao gradeamento da Misericórdia e avançar três metros, mas a maioria discorda.
Esta quinta-feira, algumas dezenas de feirantes juntaram-se em protesto junto à Câmara. Acusam a autarquia de não os ter ouvido e dizem que ficaram sem condições para trabalhar.
João Paulo Pereira foi um dos feirantes que, cerca das 5 horas da manhã, já se encontrava no recinto. “Vou ficar com uma árvore no meio da minha tenda. Como vou montar a tenda?”, questionava o feirante que está em Barcelos há 26 anos. Quem também protestava veemente era Sónia Borges, dizendo que foi colocada num “túnel” e que ficou “sem espaço para cargas e descargas”.
O edil, Miguel Costa Gomes, diz que a autarquia está “aberta ao diálogo”, mas que “não é possível abdicar” do corredor por questões de segurança.
Confrontado com o aparato à frente da Câmara, disse que “alguns feirantes estão a ser instigados” à revolta. “Basta ver”, respondeu quando questionado sobre a quem se dirigia. O edil estaria a referir-se a Sónia Borges, ex-líder da JS de Barcelos e ex-assessora de Carlos Brito, um dos vereadores que ficou ao lado de Domingos Pereira, ex-vice-presidente da Câmara, quando este decidiu avançar como independente nas autárquicas. Sónia Borges fez campanha pelo independente.
