As câmaras do Porto e de Vila Nova de Gaia anunciaram hoje a construção de uma nova ponte sobre o rio Douro, um projeto inteiramente financiado pelas duas autarquias.
A travessia, a designar Ponte D. António Francisco dos Santos, em homenagem ao bispo que morreu em setembro do ano passado, vai unir os dois concelhos entre Oliveira do Douro, em Gaia, e a zona de Campanhã, no Porto.
O anúncio foi feito pelos presidentes das câmaras do Porto, Rui Moreira, e de Gaia, Eduardo Vítor Rodrigues, durante a manhã de hoje no Laboratório Edgar Cardoso, equipamento próximo da ponte São João, que une os dois concelhos via ferroviária.
Os autarcas estimam que a nova ponte custe cerca de 12 milhões de euros e esteja concluída no prazo de três a quatro anos.
Serão necessários dois concursos públicos, um para conceção que será lançado ainda este ano, e um segundo de caráter internacional para a construção.
A travessia será construída à cota baixa, terá 250 metros e ligação para trânsito rodoviário e transporte público, passagem pedonal e ciclovia.
“É uma solução que vinha sendo exigida pelas necessidades atuais e pelo facto de as duas cidades conviverem quase como uma. Temos um centro histórico, não temos dois”, disse o presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira, à margem da apresentação.
Já o autarca de Gaia, Eduardo Vítor Rodrigues, disse acreditar que a nova ponte “vai transformar as duas margens”, sendo que do lado sul, é objectivo “explorar o potencial de acessos ao IC23 e à VL9”.
Os dois presidentes destacaram como meta o “alívio da pressão das pontes atuas”, bem como a “inclusão de territórios que ao longo dos tempos têm sofrido alguma estigmatização”, como referiu Eduardo Vítor Rodrigues.
Rui Moreira avançou ainda que com a construção desta nova ponte, a atual travessia da Luiz I poderá passar a exclusivamente pedonal, somando-se a passagem do elétrico e de veículos de emergência.
Quanto à ponte Dona Maia Pia, atualmente desativada, o autarca referiu que os dois concelhos “têm vindo a trabalhar em soluções para esse tabuleiro” que, garantiu, “não será abandonado porque os dois projetos são conjugáveis”.
Questionados sobre o financiamento para a obra, Rui Moreira e Eduardo Vítor Rodrigues frisaram que Porto e Gaia vão pagar a ponte em partes iguais, com o autarca de Gaia a apontar que o fará sem recurso à banca.
No decorrer da apresentação, Rui Moreira já tinha salientado: “Não precisamos de pedir nada ao senhor ministro das Infraestruturas e também não precisamos do Ministério da Cultura”.
Na sessão, o administrador diocesano do Porto, António Taipa, mostrou-se “profundamente emocionado” pelo nome escolhido para esta travessia, lembrando o antigo bispo António Francisco dos Santos como “uma pessoa marcada pelo carinho e pelo afeto que nunca precisou de se colocar em bicos de pé para ser amado e respeitado”.