Aproveitou anos de trabalho em escritórios e enganou recluso.
Uma mulher de 61 anos foi constituída arguida por suspeitas de ter burlado um recluso, fazendo-se passar por advogada e cobrando um total de cerca de seis mil euros por serviços que nunca realizou nem tinha credenciais para fazer. A GNR pôs fim ao esquema e identificou a sexagenária, em Santo Adrião, Vizela. Após anos a trabalhar, ao que tudo indica como secretária, em diferentes escritórios de advogados ou de solicitadoria, a mulher terá tido conhecimento do processo de um homem que cumpria pena – num estabelecimento prisional do Norte do País – e que procurava defesa em três processos-crime. Engendrou um plano e, com recurso a terminologia de Direito, convenceu o ‘cliente’ de que conseguiria proceder à libertação do mesmo, necessitando para isso de pagamentos (num total de seis mil euros), tendo em vista atos processuais. Atos esses que nunca terá chegado a tentar executar e foi pela estranheza de não conhecer avanços nos casos, passados vários meses, que o lesado acabou por requerer aos serviços da prisão que pretendia fazer uma denúncia às autoridades. O Núcleo de Investigação Criminal da GNR de Guimarães ficou com a situação e realizou, na passada quarta-feira, duas buscas, uma domiciliária e outra numa viatura, apreendendo vários documentos que servirão de prova. A mulher, sem cadastro, foi constituída arguida, indiciada pelos crimes de burla, abuso de confiança e procuradoria ilícita. Ficou sob termo de identidade e residência.