A agência de notação financeira DBRS melhorou o rating atribuído a Portugal de BBB (baixo) para BBB, com perspetiva estável, foi hoje anunciado.

Segundo a agência canadiana, a revisão em alta reflete o entendimento de que a sustentabilidade da dívida portuguesa melhorou, apoiada numa consolidação das finanças públicas “mais duradoura”.

A DBRS recorda que, depois de estabilizar em torno dos 130% entre 2014 e 2016, a dívida pública em percentagem do PIB caiu para 125,7% e “projeta-se que continue a cair”, ao mesmo tempo que a “disciplina orçamental” se manteve, a economia cresce “a bom ritmo” e que o crédito não performativo (NPL, na sigla em inglês) desce.

A agência admite que o ‘rating’ atribuído a Portugal pode ser revisto em alta em resultado de excedentes primários (que excluem os encargos com a dívida pública) sustentados e de um crescimento económico estável, que “levem a uma redução ainda maior do rácio da dívida pública no PIB”.

“Progressos adicionais na redução dos NPL também pode ser positivo para o ‘rating’ português”, admite a agência.

No entanto, também há pressões negativas que podem levar a uma revisão em baixa da notação atribuída a Portugal: uma deterioração na dinâmica da dívida pública ou “um enfraquecimento no compromisso político de políticas económicas sustentáveis”, afirma a DBRS.

Ainda assim, a agência considera que Portugal “beneficia de um sistema político amplamente estável” e que “assim se deve manter” e que o Governo “tem mostrado um compromisso para continuar a consolidação orçamental”.

Além disso, apesar de o perfil da dívida pública portuguesa “ser favorável”, a agência afirma que “o elevado nível de dívida continua a ser um dos maiores desafios” para a nota atribuída a Portugal, porque “deixa as finanças públicas vulneráveis a choques negativos”.