O piloto de um helicóptero do Estado, de combate a incêndios florestais, foi suspenso após ter levado a cabo dois voos rasantes, com manobras arriscadas, sobre o complexo desportivo do Clube Desportivo Feirense, em Santa Maria da Feira, quando se deslocava para o Centro de Meios Aéreos (CMA), em Braga.

A HeliPortugal, empresa contratada pela Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC) e para quem trabalha o piloto, já abriu um inquérito disciplinar.

O JN apurou que na origem de tais manobras esteve uma promessa do piloto ao filho, de dez anos, que joga num dos escalões de formação do Sãojoanense. Miguel Costa, que ia pilotar nesta época de incêndios o helicóptero A350 B3 propriedade da ANPC, comprometeu-se com o filho que, durante a partida de futebol do pequeno, no sábado de manhã, iria rasar um dos quatro campo de jogos do complexo e surpreender os colegas da equipa.

O incidente ocorreu quando o piloto rumava do Sul para o CMA de Braga, onde o héli teria de ficar operacional a partir de 1 de junho. Miguel Costa, que estava sozinho, passou com a aeronave junto aos postes do campo onde o filho estava a jogar e manteve-se a baixa altura sobre o terreno. Segundo os vídeos de familiares de jovens colocados no Facebook, as manobras incluíram piruetas.

Apesar da surpresa de jogadores, técnicos e famílias perante as acrobacias, um dirigente desportivo disse, esta segunda-feira, ao JN, que “os colegas do filho do piloto souberam da manobra e que acabaram por confessá-la às famílias pouco depois”. Mas, nos vídeos, é possível perceber o pânico daqueles que acharam que o helicóptero ia despenhar-se.

A HeliPortugal assegurou à ANPC que o piloto “abandonou o centro onde desempenhava funções”.