Dead Combo já tocaram, esta terça-feira, no Mimo 2018. A banda portuguesa deu música à apresentação oficial do festival que nos dias 18,19 e 20 de julho regressa à cidade criativa da música pela UNESCO – Amarante.
Desde meados de abril que estavam confirmadas as presenças do sérvio Goran Bregovic, dos norte americanos Hudson de Jack DeJohnette, de Noura Mint Seymali, “a voz da Mauritânia”, do brasileiro Otto e dos portugueses Dead Combo.
Hoje foi, em conferência de imprensa, apresentadas as restantes atrações, num total de 53 iniciativas que serão interpretadas por artistas de 16 nacionalidades, razão pela qual a organização diga que para acompanhar o MIMO “2 ouvidos é pouco”.
A novidade entre as presenças lusas é de Rui Veloso, o pai do rock português figura pouco habitual em certames desta natureza. Ao autor de “Chico Fininho” junta-se a revelação Pedro Pernadas e, claro, os já citados Dead Combo que além de participarem no MIMO Portugal têm já passaporte para o MIMO Brasil, segundo a organização.
Do Brasil, as novidades são Almério, compositor, cantor e ator teatral brasileiro com olhar peculiar sobre o mundo e o seu país e que já é definido como o novo Ney Matogrosso. Igualmente de terras de Vera Cruz subirá ao palco do Ribeirinho (o palco principal do festival na margem esquerda do rio Tâmega), os BaianaSystem que é um dos principais nomes de um movimento independente em curso no Brasil que procura dar uma nova sonoridade da música urbana produzida na Bahia. Em 2016 o grupo ganhou visibilidade internacional com a faixa “Playsom”, que faz parte da banda sonora do jogo “Fifa 2016.
Lu Araújo a “alma mater” do Mimo destacou a participação de “grandes nomes”, mas também de alguns artistas que “vão fazer a diferença para quem não conhece”. Neste particular destacou Matthew Whitaker, que mais parece uma reincarnação de Stevie Wonder e não é por ambos serem cegos, diga-se. “Trata-se de um jovem pianista norte-americano, de 17 anos, com uma qualidade incrível, que vi atuar em Nova Iorque e não descansei enquanto não consegui convencer os pais do Matthew autorizá-lo a vir pela primeira vez à Europa”, explicou entusiasmada Lú Araújo.
Dona Onete, Moacyr Luz, Orquestra Chinesa Cheong Hong de Macau, Pablo Lapidusas International Trio, Almério, Timbila Muzimba e Marta Pereira da Costa são outras das propostas destacadas hoje pela organização do festival onde a entrada é livre.
Sim, não há bilhetes à venda, os espetáculos voltam a ser gratuitos e ao já habitual cardápio de música, do cinema, dos workshops, das masterclasses, da poesia e dos roteiros culturais este ano, o Mimo festival, em parceria com a Fundação Millenium BCP, realiza uma exposição de arte composta por obras de Amadeo de Souza-Cardoso, Almada Negreiros, Eduardo Viana, Francis Smith e Jorge Barradas. A mostra será inaugurada a 20 de julho no Museu Amadeo de Souza-Cardoso e estará patente até 28 de outubro, altura em que se vai assinalar o centenário da morte de Amadeo, o célebre pintor amarantino.
Em números redondos a câmara de Amarante investe no MIMO cerca “300 mil euros além do apoio logístico que envolve a totalidade dos funcionários municipais. Não é uma despesa, é um investimento”, garantiu, ao JN, o edil José Luís Gaspar sustentando-se nos números das anteriores edições do festival. Por exemplo, em 2017, nos três dias do festival passaram por Amarante mais de 60 mil pessoas, gerando um impacto na economia da cidade de 1,2 milhões de euros. A taxa de ocupação hoteleira subiu até aos 99%.