No Parlamento, o presidente executivo da TAP admitiu atrasos em 37 voos por dia, entre agosto e setembro por restrições de capacidade do aeroporto de Lisboa.

Entre 28 de agosto e 11 de setembro, a TAP registou atrasos em 37 voos diários, em média, entre 28 de agosto a 11 de setembro por “restrições de capacidade” do aeroporto de Lisboa e não devido à falta de tripulações, problema que a direção da TAP garante estar resolvido.

Na audição na Comissão de Economia, Inovação e Obras Públicas, o presidente executivo Antonoaldo Neves disse que, de acordo com as estatísticas, Lisboa ocupa a 21.ª pior posição em termos de pontualidade, com o Porto a surgir em 25º lugar.

“As companhias têm limite para trabalhar isso. A falta de pontualidade deve-se a limitação da infraestrutura”, avisou Antonoaldo Neves, explicando que a TAP “não sobrevive” se não conseguir cumprir as ligações de voos porque 55 por cento dos seus passageiros viajam em vários voos e que “quem perde conexão, não voa mais na TAP”.

“Sem conectividade, o cliente vai para Espanha”,alertou o presidente executivo da TAP.

Sem discriminação para a Madeira

Confrontado pelos deputados com a alegada discriminação da região autónoma da Madeira em termos de cancelamento de voos, Antonoaldo Neves, garantiu que a “TAP não faz nenhum tipo de discriminação”.

A TAP cita o acréscimo de 11,7% no transporte de passageiros para a região autónoma até agosto, numa comparação homóloga, para mais de 615 mil passageiros.

Antonoaldo Neves sublinhou que as tarifas em rotas do Funchal “estão em linha com as da concorrência” e que entre janeiro e agosto 78 por cento das viagens entre Lisboa e Funchal custaram menos 195 euros.

De acordo com a companhia aérea, até agosto, o principal motivo para cancelamentos (65 por cento) foram os ventos.

“Quando o vento passa os nossos limites, a TAP não opera no aeroporto”, garantiu o CEO da TAP detalhando que os limites de voo para operar passam pelas definições dos fabricantes dos aparelhos e pelos dirigentes das companhias e que não “não há cancelamentos por razões comerciais”

“Não só pago compensação ao cliente, como não uso o piloto e tenho de o pagar”, referiu o CEO, para argumentar que não cancela propositadamente voos.