Líder dos U2 visitou o Parlamento Europeu, onde se encontrou com vários responsáveis das instituições comunitárias. O irlandês Bono fez uma declaração romântica pela Europa e apelou a uma nova parceria com África.

pouco habitual ver uma estrela de rock visitar as instituições europeias. Por cúmulo, o carismático vocalista de uma banda global que não perde uma oportunidade para elogiar a Europa e defender o projeto comunitário. Talvez por isso, Bono foi recebido no Parlamento Europeu e no Conselho, em Bruxelas, como um autêntico líder.

O cantor dos U2 e ativista contra a pobreza chegou com várias mensagens. Desde logo, a importância de defender a identidade europeia. “Esta é a minha casa”, afirmou em alusão à Europa.

Bono elogiou ainda o conceito “entusiasmante” de “patriotismo alargado” que permite combinar em simultâneo a pertença a um país e à Europa. “Sou europeu e irlandês, você é europeu e italiano”, declarou ladeado pelo presidente do Parlamento, Antonio Tajani.

O vocalista da banda irlandesa lamentou que haja poucos artistas mobilizados a favor da Europa numa altura em que o projeto de integração está a ser tão questionado.

Bono também reconheceu que Bruxelas é um “corpo fisiológico complexo”, mas que está a funcionar para melhorar as condições de vida dos europeus e “onde bate fortemente um grande coração”. “Quero fazer parte desta ideia romântica que é a Europa”.

O presidente do Parlamento agradeceu o compromisso de Bono na defesa da ideia europeia, sobretudo na perspetiva das eleições do próximo ano para o Parlamento Europeu em que se prevê um reforço dos partidos nacionalistas e populistas anti-União Europeia.

Bono, que também é cofundador da campanha One contra a pobreza em África, trazia outra mensagem. Pediu aos europeus e africanos para lançarem “uma nova parceria entre iguais” que lhes permita liderar o mundo.

Por seu lado, o presidente do Parlamento também sublinhou a importância de a União Europeia ter uma estratégia para África a favor do crescimento económico, contra a pobreza e as alterações climáticas.

Os encontros com Tajani e o presidente do Conselho, Donald Tusk, tiveram ainda uma nota poética já que Bono ofereceu a ambos exemplares de livros do poeta irlandês Seamus Heaney.