Já imaginou como será a alimentação daqui a 30 anos? Fizemos esta pergunta a Morgaine Gaye, futuróloga do setor alimentar, que participa na conferência anual “Alimentação do Futuro”, do Food & Nutrition Awards 2018, esta terça-feira, no Estúdio Time Out, no Mercado da Ribeira. Recusou-se a fazer “especulações”, porque considera que o seu trabalho tem de ser “100% preciso”, mas fala das soluções tecnológicas (e outras, como os insetos) que estão a emergir como alternativas à carne.

Prevê-se que a população mundial ultrapasse os 9 mil milhões de pessoas em 2050, pelo que, se os hábitos alimentares se mantiverem, não haverá comida suficiente para alimentar todos os seres humanos. Uma das necessidades mais urgentes, dizem os especialistas, é diminuir o consumo de carne. Mas como?

Numa altura em que “a população ocidental está a comer menos carne” e o consumo aumenta nos países em desenvolvimento, Morgaine Gaye destaca que “a tecnologia e o desenvolvimento de carnes baseadas em plantas é já incrível”. Refere-se, por exemplo, à empresa de tecnologia “Impossible Foods, que criou uma espécie de hambúrguer que até parece e sangra como a carne”, mas que não contém proteína animal.

Como se lê no site da empresa, a Impossible Foods encontrou uma maneira de fazer carne a partir de plantas, de forma a que os animais não tenham de ser sacrificados. Lembrando que a produção animal “ocupa quase metade da terra, consome um quarto da água doce e destrói os ecossistemas”, a marca apresenta a sua solução como uma forma de salvar o planeta. O segredo é a leg-hemoglobina de soja e o resultado é um hambúrguer que tem a cor, a textura e até o cheiro da carne tradicional.