O candidato à Presidência do Brasil Jair Bolsonaro vai atacar em três frentes a denúncia sobre a sua participação num alegado esquema de divulgação irregular de conteúdo na rede social WhatsApp, disse a advogada da sua campanha Karina Kufa.

Vamos protocolar hoje um pedido de direito de resposta [ao jornal Folha de S. Paulo] tendo em vista que a reportagem é totalmente inverídica. Também será apresentada a defesa na Ação de Investigação Judicial Eleitoral [intentada pelo Partido dos Trabalhadores na quinta-feira], que tem falhas técnicas muito graves”, disse Karina Kufa à agência Lusa.

Segundo a advogada, a candidatura de Bolsonaro vai também “processar o candidato Fernando Haddad pelo crime de calúnia eleitoral”.

“Não houve nenhuma contratação pela campanha de Jair Bolsonaro para recursos de WhatsApp. Não há ‘caixa 2’ na campanha [uso ilegal de recursos não declarados à justiça eleitoral]. Eu sou responsável pela análise das contratações”, acrescentou Karina Kufa.

Na última quinta-feira, o jornal brasileiro Folha de S. Paulo publicou uma reportagem na qual é afirmado que algumas empresas estariam a distribuir pacotes de mensagens contrárias ao PT sob o patrocínio de empresários apoiantes de Bolsonaro através do WhatsApp.

O jornal informou que descobriu um contrato de 12 milhões de reais (cerca de 2,8 milhões de euros) de uma empresa que distribuiu este tipo de mensagens a pedido de empresas que teriam agido como patrocinadores, incluindo a rede comercial brasileira Havan, cujo dono já foi multado pela Justiça por tentar obrigar os seus funcionários a votarem em Bolsonaro.

Depois de o caso se ter tornado público, Bolsonaro negou ter pedido o patrocínio de empresários para distribuir conteúdo eleitoral no WhatsApp.