Os exames nacionais foram um dos temas em análise no maior diagnóstico da educação elaborado anualmente em Portugal.
Por conta dos resultados nos exames nacionais, muitos alunos do ensino secundário acabam por perder um valor (numa escala de 0 a 20) na média que tinham conseguido só com as notas dos seus professores. Esta é uma das conclusões patentes no relatório O Estado da Educação 2017, que será tornado público nesta quarta-feira.
Biologia e Geologia é a disciplina em que mais alunos são afectados por esta redução: 59,1% No pólo oposto está Geometria Descritiva A: apenas 23,7% dos estudantes viram a sua nota descer um valor. Os exames têm um peso de 30% na classificação final de cada disciplina.
Para chegarem a estas conclusões os autores deste relatório, elaborado anualmente pelo Conselho Nacional da Educação, olharam para dez disciplinas com mais provas, tendo comparado as notas dadas pelos professores, os resultados dos exames e a média final já com o impacto da avaliação externa, que foram alcançados em 2016/2017 pelos alunos internos do secundário, que são aqueles que frequentam as aulas o ano inteiro.
Numa outra análise, desta vez aos resultados obtidos pelos alunos do 9.º ano, confirmaram que neste nível os exames não têm impacto no resultado final dos alunos. Foi o que aconteceu com 98,4% dos estudantes a Português e com 97% a Matemática, as únicas disciplinas sujeitas a provas.
Acção Social estável
Quase um terço dos alunos do ensino básico e secundário (30,8%) recebiam em 2017 apoios da Acção Social Escolar (ASE), destinados aos agregados familiares com um rendimento igual ou inferior ao salário mínimo nacional. Segundo o CNE, este valor tem-se mantido “relativamente estável” desde 2009/2010, à excepção do 1.º ciclo do ensino básico em que se perderam 44.325 alunos. Este nível de ensino foi mais fustigado até agora pela redução do número de alunos devido à queda da natalidade.