Uma “influencer” australiana garante que lhe foi negada a entrada no museu parisiense do Louvre. Alegadamente por não cumprir as regras de vestuário. No Instagram, isso serviu para milhares de gostos e comentários

A história pode ser contada, com a mesma garantia de veracidade, de trás para a frente: “O Picasso teria adorado o meu traje”, escreveu na rede social Instagram a “influencer” (a língua portuguesa ainda não terá uma palavra adequada para esta atividade) Newsha Syeh. A frase é só uma curta legenda de uma foto. Mais de 40 mil pessoas “gostaram” (da foto? da frase?) e mais de duas mil escreveram qualquer coisa sobre a alusão da “influencer” a um pintor conhecido.

Há várias outras fotos no Instagram desta australiana que, garante, foi barrada à porta do Louvre por um segurança. A razão, garante, foi a dimensão reduzida do seu vestido. Por alguma estranha razão, a mesma “influencer” entrou com um vestido semelhante no Museu D”Orsay.

Nas palavras de Syeh, o guarda que a impediu de entrar no Louvre tinha “os olhos cheios de ódio”, garantiu ao jornal inglês The Independent. Mas isso seria outra razão que assistiria à australiana, de 25 anos, para exigir a entrada, ou pelo menos para apresentar uma queixa formal pela forma como o segurança a terá tratado. Outra seria a que ela própria cita: “Não há dress-code no Louvre, apenas regras que impedem as pessoas de entrarem apenas de fato de banho, descalças ou de tronco nu.”

Syeh diz-se “destroçada”. A sua história bateu recordes de circulação, no mundo inteiro. Mesmo que o Louvre nunca a tenha comentado, milhares de pessoas assumiram o relato como verdadeiro. E as fotos museificaram o momento de Syeh. De alguma forma, o Instagram é o museu desta celebridade. Se tivesse entrado no Louvre a popularidade ter-se-ia ressentido.