Os dados são da Direção-Geral de Saúde. 14 interrupções da gravidez aconteceram devido a crime contra a liberdade e autodeterminação sexual – uma delas foi a de uma jovem com menos de 15 anos.
Em 2017, 46 interrupções da gravidez foram feitas por raparigas menores de 15 anos – o que regista um aumento comparando com 2016, quando se registaram 39 casos. Os últimos sete anos têm sido marcados por um ziguezague quanto aos abortos ocorridos nesta idade: se em 2011 se verificavam 83 casos, em 2012 diminuíram para 70, para voltarem a aumentar para 76 casos em 2013. Em 2014 o decréscimo foi para 59 casos a que se seguiu uma subida para 68 em 2015.
Todos os dados são da Direção-Geral de Saúde (DGS). Em 2017, uma jovem com menos de 15 anos abortou na sequência de uma violação. Outras duas jovens entre os 15 e os 19 anos interromperam a gravidez pela mesma razão.
Em 15.492 interrupções, 14 foram feitas por mulheres vítimas de crime contra a liberdade e autodeterminação sexual. Os grupos etários em que mais se verificaram abortos por esta razão foram o dos 25 aos 29 anos (quatro casos) e o dos 30 aos 34 anos (outros quatro casos).
A maioria das interrupções da gravidez continua a acontecer por opção da mulher até às 10 semanas, tendo-se registado 14.889 casos. A idade média em que ocorrem é de 28,91 anos, sendo que a maioria dos casos se regista nas mulheres entre os 20 e os 24 anos (3.563) ou entre os 25 e os 29 anos (3.469).
A Direção-Geral da Saúde conclui que a probabilidade de uma gravidez terminar em IVG é maior entre os 15 e os 24 anos, e menor entre os 30 e os 35.
No grupo etário de pessoas com menos de 15 anos, houve um caso de uma jovem que abortou porque a gravidez suscitava perigo de morte ou de grave lesão para o corpo ou para a sua saúde física ou psíquica. Outra fê-lo devido a uma grave doença ou malformação congénita do feto. As outras 43 interrupções da gravidez antes dos 15 anos de idade, além da única motivada por uma violação, foram por livre opção da mulher até às 10 semanas.
Entre as 46 raparigas até aos 15 anos que interromperam uma gravidez, 42 eram portuguesas e as restantes, estrangeiras. Só 10,9% das jovens deste grupo etário não escolheu um método contracetivo depois de uma IVG: a maioria preferiu o implante (60,9%), sendo o segundo preferido a pílula (17,4%).
Os dados revelam ainda que em 2017 aproximadamente 52% das gravidezes em menores de 15 anos acabaram por ser interrompidas.