Possível venda do Estádio Municipal de Braga tem sido motivo de reflexão e António Salvador já pensa no futuro.

O Braga emitiu esta segunda-feira um comunicado em que dá conta dos termos que foram discutidos em reunião entre o Conselho Geral e restantes órgãos sociais do clube e da SAD, sobre as melhorias a efetuar no contrato entre o emblema minhoto e a Câmara Municipal de Braga (CM Braga) sobre a segunda fase da Cidade Desportiva.

O Braga refere que as melhorias assentam no alargamento do prazo do direito de superfície de 45 para 75 anos e no levantamento das restrições à utilização do pavilhão multiusos contra o pagamento de 400 mil euros ao Município. Os arsenalistas referem ainda que, em defesa dos interesses do clube, as melhorias no contrato envolvem a autorização expressa da CM Braga para a cedência pelo clube à SAD do direito de superfície, “assumindo esta as obrigações inerentes ao mesmo, como o pagamento de 400.000€ ao Município e a construção da 2ª Fase da Cidade Desportiva”

A referida melhoria contempla ainda a possível venda do Estádio Municipal, sendo que os dois campos de treino anexos ao recinto seriam incluídos no direto de superfície. “Tal facto terá a vantagem de proteger a Cidade Desportiva de qualquer vicissitude que venha a ocorrer no âmbito do Estádio Municipal”, pode ler-se na nota informativa do Braga, que aponta o avanço da obra para junho deste ano.

O comunicado explica ainda que António Salvador teceu considerações sobre o futuro após o período de vigência do contrato de cedência, que terminará em dezembro de 2033. O presidente dos bracarenses alertou os presentes na reunião “para a necessidade de começar a promover uma discussão alargada com os sócios a propósito da possível construção de um novo estádio, obra vital para o futuro do Braga”. “Esse novo complexo, propriedade do SC Braga, seria mais pequeno (cerca de 20 mil lugares), com uma localização central, funcional, business-oriented e adaptado às necessidades do clube e dos seus adeptos”, remata o Braga.

Leia o comunicado do Braga na íntegra:

“A Direção do SC Braga convocou o Conselho Geral e os restantes órgãos sociais do Clube e da SAD para uma reunião no passado sábado, dia 25, onde foram apresentados os termos da minuta final aprovada pela Assembleia Municipal para outorga do Contrato de Constituição do Direito de Superfície entre Município e Clube no âmbito da 2ª Fase da Cidade Desportiva do SC Braga, assim como os termos do protocolo entre Clube e SAD para a utilização da estrutura.

Esta sessão teve como objetivo detalhar as melhorias à estrutura contratual a efetuar com o Município e que visam a otimização da execução do projeto numa lógica de funcionalidade para o Clube, para a SAD e para a comunidade em geral, mas procurando sobretudo os melhores interesses do SC Braga e do projeto para a Cidade Desportiva, que no entendimento da Direção só passaram a estar salvaguardados mediante as alterações produzidas.

As melhorias consubstanciam-se nos seguintes pontos:

1 – Alargamento do prazo do direito de superfície de 45 para 75 anos;

2 – Levantamento das restrições à utilização plena do pavilhão multiusos contra o pagamento de 400.000€ ao Município de Braga;

3 – Autorização expressa por parte do Município de cedência pelo Clube à SAD do direito de superfície, assumindo esta as obrigações inerentes ao mesmo, como o pagamento de 400.000€ ao Município e a construção da 2ª Fase da Cidade Desportiva. No momento da outorga do contrato de cedência do direito de superfície pelo Clube à SAD será igualmente outorgado protocolo entre ambas as entidades nos termos do qual a SAD se obrigará a ceder o direito de utilização das áreas destinadas ao Clube (nomeadamente o pavilhão e todas as suas valências);

4 – Tendo em conta a putativa venda do Estádio Municipal e que os dois campos de treinos anexos ao mesmo o poderiam acompanhar, foi solicitado que os mesmos fossem incluídos na constituição do direito de superfície. Tal facto terá a vantagem de proteger a Cidade Desportiva de qualquer vicissitude que venha a ocorrer no âmbito do Estádio Municipal.

Apresentados os termos, os presentes congratularam-se, por unanimidade, com as melhorias introduzidas nas condições referentes ao Contrato de Constituição do Direito de Superfície, ao projeto referente à 2.ª Fase da Cidade Desportiva e à execução conforme exposto na reunião e já deliberado pelos associados do SC Braga na Assembleia Geral de outubro de 2015.

A obra avançará, previsivelmente, até final de julho de 2019.

Considerando que a possível venda do Estádio Municipal foi motivo de várias reflexões por parte do Conselho Geral e dos demais órgãos sociais, o Presidente António Salvador teceu considerações sobre o futuro pós período de vigência do contrato de cedência, que terminará em Dezembro de 2033. O Presidente alertou os presentes para a necessidade de desde já começar a promover uma discussão alargada com os sócios a propósito da possível construção de um novo estádio, obra vital para o futuro do SC Braga. 

Esse novo complexo, propriedade do SC Braga, seria mais pequeno (cerca de 20.000 lugares), com uma localização central, funcional, business-oriented e adaptado às necessidades do clube e dos seus adeptos. No entanto, este tema dependerá sempre da vontade dos sócios, independentemente da Direção que estiver a presidir, no futuro, o Clube/SAD. Finalmente, o Presidente referiu que se a Câmara Municipal o entender e cooperar com o SC Braga em relação a este tema, cedendo em definitivo o Estádio 1.º de Maio, a construção do novo complexo poderá ser executada naquele local, nos moldes acima referidos.”