Segundo Fernando Semblano, da Comissão de Trabalhadores da IP, a decisão de extinguir 33 postos de trabalho afetos à manutenção de vias ferroviárias retira ‘know how’ e competência técnica à empresa.

A infraestruturas de Portugal (IP) vai extinguir 33 postos de trabalho afetos à manutenção de vias ferroviárias e substituí-los por contratos de prestação de serviços a realizar com empresas privadas, revela o “Público” esta quarta-feira. Esta medida implicará, assim, a extinção dos designados “centros de manutenção ferroviária” de Alfarelos, Régua, Nine e Esmoriz.

Segundo Fernando Semblano, da Comissão de Trabalhadores da IP, esta decisão retira ‘know how’ e competência técnica à empresa. “Deveriam contratar mais trabalhadores para aprenderem com os antigos e assegurarem um bom serviço de manutenção. O outsourcing [subcontratação] vai enfraquecer a qualidade desse trabalho”, disse, em declarações ao matutino.

Fernando Semblano afirma que a solução era a empresa reforçar o seu pessoal no terreno e não extingui-lo. “Mas infelizmente é mais fácil as Finanças autorizarem contratos de outsourcing do que autorizarem a contratação de trabalhadores”.

Para a Infraestruturas de Portugal, os motivos são outros. “As ações de manutenção de via, que no passado eram asseguradas sobretudo com recurso a mão-de-obra intensiva, são hoje desenvolvidas, maioritariamente, por equipamentos e maquinaria pesada, que a IP não dispõe. Esta alteração, como outras no caminho-de-ferro, obrigou a que a empresa se reajustasse a novos modelos de organização e gestão”, disse fonte oficial da empresa.