Governo Bolsonaro extinguiu comités responsáveis pela gestão do Fundo Amazônia e os governos da Noruega e Alemanha admitem deixar de contribuir. Em dez anos, o Brasil recebeu mais de 1000 milhões de euros.

Os dois principais países doadores para o Fundo Amazônia admitem que poderão acabar com o maior projecto de cooperação internacional para preservar a floresta amazónica. Em causa, está a extinção pelo Governo brasileiro dos dois comités responsáveis pela gestão do fundo e a vontade do Ministério do Meio Ambiente de modificar a forma como os muitos milhões de euros anuais são geridos.

“Foi uma surpresa para nós a extinção do COFA [Comité Orientador do Fundo Amazônia] e do comité técnico, mas o ministro assegurou-nos que o diálogo continua”, afirmou, citado pela imprensa brasileira, o embaixador norueguês no Brasil, Nils Gunneng, à saída de um encontro com o ministro do Meio Ambiente brasileiro, Ricardo Salles, na quarta-feira.

Gunneng admitiu que, como o ministro referiu, em cima da mesa, está a possibilidade de acabar com o fundo: “Teoricamente isso é uma opção, mas nós trabalhamos para continuar”. Isto depois de Salles ter afirmado que “em teoria, sim”, existe a hipótese de extinguir o fundo e perder esse financiamento para a preservação ambiental.