Um conjunto de associações cívicas e culturais de Braga anunciou estar disponível para “assumir a gestão da Fábrica Confiança” como Centro Cívico e Cultural (CCC), para “abrir” a antiga saboaria ao público e “sem custos” para a autarquia.

Em comunicado enviado à agência Lusa, o conjunto de “20 entidades bracarenses que formam a Plataforma Salvar a Fábrica Confiança”, e que abrangem áreas artísticas como a fotografia, dança, teatro, música, cinema, artes plásticas, intervenção cívica e comunitária e de defesa do património, refere já ter projetos para o edifício.

A Plataforma adianta ainda que o Confiança CCC “será apresentado em Lisboa e é argumento para candidatura a Capital Europeia da Cultura”.

Segundo aponta no texto, o grupo propõe-se a, como primeiras iniciativas, a “realizar na Fábrica Confiança uma exposição no âmbito dos Encontros de Imagem, já em setembro, e a festa do 125.º aniversário da Saboaria e Perfumaria Confiança, que se assina a 12 de outubro de 2019”.

O projeto, refere o grupo, vai ainda ser apresentado à Câmara Municipal de Braga, ao “Ministério da Cultura e a mais entidades locais e nacionais, de forma a integrar novas ideias e propostas”.

O texto explica que a Câmara Municipal de Braga “tem afirmado publicamente que não dispõe de verbas para transformar o histórico edifício da Fábrica Confiança num equipamento cultural, tal como previsto na sua expropriação em 2012” sendo que o Confiança CCC pretende “desbloquear esse impasse, pondo os agentes culturais a dinamizar e a angariar apoios e, ao mesmo tempo, assumindo a gestão e programação do edifício”.

O Confiança CCC assume como “proposta inicial” que ceda o edifício por um período de 10 anos, que permita consolidar o projeto” para que “seja uma mais-valia na candidatura de Braga a Capital Europeia da Cultura 2027”.

“A condição base é que a Câmara Municipal de Braga disponibilize o edifício para que se dê início à implementação do projeto Confiança CCC. A partir daí poderá começar o processo de limpeza e primeira reabilitação, de forma a que parte do edifício possa ser disponibilizado para o uso da comunidade”, lê-se.

A intenção da Câmara de Braga é vender o complexo, coisa que já tentou, por duas vezes, em hasta pública, sendo que ambas foram travadas por providências cautelares, todas dadas como sem provimento.

No entanto, o presidente da câmara já afirmou que a vontade de vender a Saboaria, por cerca de 3.5 milhões de euros” mas que essa alienação será adiada por causa “de todo o barulho-o à volta da questão que pode influenciar potenciais investidores.