Vitória perde no Bessa e soma a terceira derrota consecutiva

O Vitória perdeu este domingo frente ao Boavista, por 2-0, e somou a terceira derrota consecutiva, a segunda para a Liga Portuguesa.

No Bessa, os axadrezados abriram o marcador aos 23 minutos, por Carraça, e aumentou a vantagem por Heriberto, aos 55′.

s duas equipas equivaleram-se durante toda a primeira parte na grande preocupação em fechar os caminhos para suas balizas, recorrendo para isso a marcações cerradas e envolvendo-se por vezes em duelos diretos intensos.

Devido ao seu estilo agressivo na disputa de cada lance, o Boavista foi para o intervalo com três jogadores do setor defensivo amarelados (Gustavo Sauer, Neris e Fabiano Leismann), mas foi também já em vantagem no marcador.

Cassiano, que voltou a ser titular e a liderar o ataque ‘axadrezado’, e Heriberto estiverem na origem do primeiro lance para a baliza vimaranense e, na sequência, ganharam o primeiro canto do desafio.

Carraça marcou aos 23 minutos após recolher no lado direito um cruzamento largo de Gustavo Sauer e, sem qualquer oposição e de ângulo difícil, atirar rasteiro e forte, batendo, assim, Douglas.

O Guimarães reagiu e Helton Leite realizou a sua primeira grande defesa, aos 38 minutos, quando deteve um remate forte de Lucas Evangelista.

Em desvantagem, os vimaranenses entraram a pressionar na segunda parte e, aos 47, Helton Leite voltou a negar o golo a Lucas Evangelista e daí até ao fim o guarda-redes boavisteiro agigantou-se com mais defesas de alto nível – aos 64, a remate de Bonatini, aos 86, ao desviar para canto um cruzamento/remate de Davidson, e aos 90, ao defender também para canto um cabeceamento de Bruno Duarte.

O Guimarães fez quase tudo bem, menos marcar a um rival que hoje não só foi fiel ao seu estilo aguerrido, como também mostrou um futebol pragmático e muito exigente para os opositores, assim como uma grande eficácia finalizadora que lhe valeu marcar dois golos nos poucos lances em que ameaçou seriamente a baliza contrária.

A segunda parte foi o Guimarães a correr atrás do prejuízo, a ter muito mais iniciativa e dar muito trabalho à defesa e a Helton Leite e, por outro lado, o Boavista a lutar com unhas e dentes pelos três pontos e pela sua terceira vitória caseira no campeonato.

Numa das poucas vezes em que logrou iludir a forte pressão vimaranense, o Boavista chegou ao segundo golo. Obiora roubou a bola Lucas Evangelista, Cassiano aproveitou e assistiu Paulinho e este serviu Heriberto, que rematou fazendo a bola passar sob o corpo de Douglas.

O Guimarães perdeu o central Tapsoba e o lateral esquerdo Rafa Soares, além de Al Musrati, Alexandre Guedes e André Pereira, mas, neste encontro, os seus problemas residiram no ataque e na incapacidade finalizadora revelada, apesar do caudal ofensivo que a equipa apresentou, em especial no segundo tempo.

Com este resultado, o Vitória mantém os 27 pontos e a sétima posição, com os mesmos pontos que Boavista e Vit. Setúbal.

Na próxima jornada, a formação vitoriana desloca-se ao terreno do Famalicão, num encontro marcado para o próximo sábado, pelas 15h30.

Declarações de Ivo Vieira, treinador do Vitória de Guimarães, após a derrota frente ao Boavista (0-2), da 19.ª jornada da I Liga portuguesa de futebol, hoje disputado no Estádio do Bessa, no Porto.

“Foi nítido que nos faltam golos e que neste momento não atravessamos um momento muito favorável quanto a resultados. Não vale a pena chorar sempre pelo mesmo, porque a equipa tem volume de jogo ofensivo.

No outro lado, estiveram outra vez um guarda-redes que, com três ou quatro intervenções, pode dizer-se que fez a diferença no jogo, mas temos de ser mais competentes na finalização.

O Boavista conseguiu dois golos em transição, um deles num ataque ao segundo poste e com uma boa execução de ângulo difícil e acabou por vencer.

A minha equipa trabalhou, mas faltou-nos fazer golo e ter mais discernimento no último terço e isso é que nos tem faltado nos últimos jogos de forma nítida. Tem-nos faltado o golo permanentemente.

É uma situação natural [o descontentamento manifestado pelos adeptos no final]. Fazem-no com legitimidade. A exigência que eles têm não é compatível com aquilo que temos dado em termos de resultados. Estamos tão tristes ou mais do que eles”.

Declarações de Daniel Ramos, treinador do Boavista, após a vitória frente ao Vitória de Guimarães (2-0), da 19.ª jornada da I Liga portuguesa de futebol, hoje disputado no Estádio do Bessa, no Porto.

“Fizemos uma prestação bem positiva pela forma como preparámos o jogo. As coisas foram acontecendo um bocadinho como estávamos à espera. Não era importante ter a bola, mas o que saber fazer com ela.

Tivemos um adversário forte pela frente e que gosta de ter bola. Conseguimos, em ataques rápidos, ser sempre acutilantes e criar as nossas oportunidades.

Soubemos posicionar-nos, com exceção da parte final, em que recuámos excessivamente, mas mostrámos solidez, determinação e entreajuda mesmo nas dificuldades que nos foram criadas. Nunca partimos. Passámos dificuldades, sim, soubemos sofrer e acabámos por concretizar no tempo certo. Foi um jogo bem conseguido.

É fantástico estar neste tipo de ambientes. Eram 14 mil espetadores, mas pareciam 30 mil, o que gerou uma energia muito positiva em redor do jogo, com muito calor humano de fora para dentro do campo e isso percebeu-se lá dentro. Foi um jogo intenso e ‘rasgadinho’ e é extremamente saudável haver jogos deste tipo.

Pedi aos jogadores andamento, porque se queremos ser competitivos temos de andar nos limites e hoje os jogadores corresponderam”.