O FC Famalicão perdeu, esta terça-feira, por 3-2, frente ao Benfica, em jogo a contar para a primeira mão das meias-finais da Taça de Portugal, no Estádio da Luz.
Foi necessário esperar pela segunda parte para ver golos no Estádio da Luz. Pizzi, de grande penalidade, aos 53 minutos, abriu o ativo. Pedro Gonçalves e Toni Martínez, aos 60 e 73, deram a volta ao marcador. O recém-entrado Rafa restabeleceu a igualdade, aos 78, e aos 90+5, quando os adeptos já estavam a sair, Gabriel selou o resultado.
Com uma primeira parte com boa intensidade de jogo e com oportunidades de golos para ambos os lados, com um ligeiro ascendente por parte do Benfica na posse de bola (51% contra 49%) e mais remates (5-3), a verdade é que a melhor ocasião pertenceu ao Famalicão. Pedro Gonçalves, aos 18 minutos, recebeu a bola de Diogo Gonçalves, já na pequena área do Benfica, e atirou a rasar a parte exterior do poste direito da baliza de Vlachodimos.
A abrir a segunda parte Fábio Martins teve nos pés duas oportunidades de golo, aos 47 e 49 minutos, mas não deu o melhor seguimento à bola.
O Benfica não desarmou. Na jogada seguinte, após uma desmarcação de Taarabt, Seferovic procurou centrar para o coração da área, mas Riccieli cortou o lance com o braço. O árbitro lisboeta Hugo Miguel assinalou grande penalidade. Pizzi, chamado a converter, colocou o Benfica na condição de vencedor.
Quando os ‘encarnados’ estavam a crescer no terreno Pedro Gonçalves vestiu a pele de Maradona, correu pelo campo fora, fintou quatro jogadores do Benfica, passou a bola a Diogo Gonçalves, que, temporizou, e o assistiu novamente para a igualdade, aos 60 minutos.
Com 1-1 no marcador, Bruno Lage colocou em campo Carlos Vinícius e Rafa, para os lugares de Chiquinho e Cervi, mas foi (novamente) Pedro Gonçalves a gelar a luz. O jogador famalicense desmarcou Toni Martínez, na direita, e o espanhol, com um remate cruzado, aos 73 minutos, fez a reviravolta no marcador.
Embora o Benfica tenha perdido alguma capacidade de ligação entre a linha de meio-campo e a do ataque, ganhou maior agressividade no momento do remate e, aos 78 minutos, viu Rafa fazer o 2-2, depois de uma jogada iniciada por André Almeida, que serviu Vinícius na área. O guarda-redes Vaná defendeu para frente e na recarga o internacional luso não desperdiçou.
A cinco minutos do fim, João Pedro Sousa colocou em campo Roderick Miranda para o lugar de Pedro Gonçalves, num sinal claro que queria segurar a igualdade, contudo, aos 90+5 minutos, Gabriel selou o resultado na sequência de um canto, cobrado por Grimaldo.
Ficha de Jogo
Jogo realizado no Estádio da Luz, em Lisboa.
Benfica – Famalicão, 3-2.
Ao intervalo: 0-0.
Marcadores:
1-0, Pizzi, 53 minutos (grande penalidade).
1-1, Pedro Gonçalves, 60.
1-2, Toni Martínez, 73.
2-2, Rafa, 78.
3-2, Gabriel, 90+5.
Equipas:
– Benfica: Vlachodimos, André Almeida, Rúben Dias, Jardel (Ferro, 46), Grimaldo, Gabriel, Taarabt, Pizzi, Cervi (Rafa, 67), Chiquinho (Vinícius, 67) e Seferovic.
(Suplentes: Zlobin, Tomás Tavares, Ferro, Florentino, Jota, Rafa e Vinícius).
Treinador: Bruno Lage.
– Famalicão: Vaná, Ivo Pinto, Riccieli, Patrick William, Racine Coly, Gustavo Assunção, Uros Racic, Pedro Gonçalves (Roderick, 86), Diogo Gonçalves, Fábio Martins (Rúben Lameiras, 82) e Toni Martínez (Anderson, 77).
(Suplentes: Rafael Defendi, Roderick, Alex Centelles, Guga, Ofori, Rúben Lameiras e Anderson).
Treinador: João Pedro Sousa.
Árbitro: Hugo Miguel (AF Lisboa).
Ação disciplinar: cartão amarelo para Gustavo Assunção (13), Grimaldo (43), Fábio Martins (64), Pedro Gonçalves (78) e Rúben Dias (90+1).
Assistência: cerca de 35.000 espetadores.
João Pedro Sousa, treinador do Famalicão, em declarações na conferência de imprensa após a derrota com o Benfica por 3-2 no Estádio da Luz, em jogo da 1.ª mão das meias-finais da Taça de Portugal:
«Foi um excelente jogo, entre duas equipas muito competentes e com uma forma de jogar muito virada para o ataque. Tentámos controlar o jogo e houve certas alturas que conseguimos dominar. Chegámos a várias subidas como pretendíamos, chegámos ao espaço que queríamos e criámos situações para chegar ao golo.
Na segunda parte, manteve-se a nossa forma de jogar. O Benfica marcou num erro nosso, num livre bem junto da nossa área, mas tentámos manter a calma e mantivemo-nos organizados. Chegámos ao golo através de um lance que é a nossa forma de jogar, seja com quem for, em que estádio for.
Conseguimos depois virar o resultado, fruto também da pressão que o Benfica estava a fazer. O Toni Martínez ficou praticamente homem para homem com o último jogador da linha defensiva do Benfica. Fomos sempre muito maduros. No último golo, fomos algo infelizes. Estávamos preparados para a forma como o Benfica marca cantos, quase evitámos o lance, mas infelizmente não conseguimos.
Não estamos satisfeitos. Tendo em conta o que produzimos, podíamos ter feito mais golos, o Benfica também podia ter marcado. No global, acho que fomos superiores.
Ficámos com a sensação de que podíamos marcar mais golos. Fomos ligeiramente superiores durante grande período do jogo. Nós partimos para esta eliminatória com a convicção que era 50/50 para cada lado. Sabemos da grande qualidade que o Benfica tem, é uma equipa fortíssima, mas nós vivemos assim no Famalicão. Estamos a um pequeno passo de estar na final. Vamos recuperar e treinar para disputar o jogo na próxima semana e vencer. Qual é a percentagem agora? 50 por cento.»
Bruno Lage, treinador do Benfica, em declarações na conferência de imprensa após o triunfo sobre o Famalicão por 3-2 para a 1.ª mão das meias-finais da Taça de Portugal:
«Sem querer falar da justiça do resultado, o mais importante é falar da eliminatória no conjunto dos dois jogos. Está completamente em aberto. Temos de ir vencer a Famalicão. Assistimos a um grande jogo de futebol, com várias oportunidades quer de um lado quer de outro.
De menos positivo da nossa parte fica o nosso posicionamento final quando estamos a finalizar. Chegar à área, às zonas de finalização e não controlar as referências de transição ou de saída de bola rápida, como são os dois alas e o ponta de lança.
Não estivemos tão bem nesse aspeto e oferecemos oportunidades, com mérito, para o Famalicão virar o resultado.
Podíamos ter feito mais golos, o Famalicão também tem algumas oportunidades em que podia ter feito. Fica um jogo fantástico e perceber que é um jogo de taça.
O 1-0 num jogo de taça e num jogo de campeonato é completamente diferente. Podíamos e devíamos ter controlado o jogo de outra forma. Não soubemos ter o posicionamento ou a dinâmica que existiu no nosso segundo golo. Insistimos várias vezes no mesmo corredor, perdemos bola.
Depois, a equipa teve uma atitude tremenda e uma vontade enorme para ficar o resultado: o 3-2 é o que fica.
Independentemente desse equilíbrio defensivo não ter corrido tão bem como desejamos e trabalhamos, fica a vitória para o nosso lado.»
Em termos ofensivos, a dinâmica da equipa esteve presente, em termos de organização defensiva, porque esta é uma equipa que nos cria muitos problemas, porque coloca muita gente a empurrar a nossa linha defensiva para trás. Na primeira parte, um ala de um lado e um ponta do outro empurraram a nossa linha defensiva para trás. Com o Fábio e com os médios à frente, criavam um quadrado entre o Gabriel e o Adel. A equipa teve uma postura enorme de manter a pressão à frente e controlar a largura com estes dois homens.