O FC Famalicão está de fora da final da Taça de Portugal depois de ter empatado, por 1-1, com o Benfica, na segunda mão da meia-final da Taça de Portugal.
As estatísticas finais dão conta de 18 remates da equipa da casa (oito à baliza), contra sete (dois à baliza) do Benfica.
Depois das 10 alterações operadas pelo treinador João Pedro Sousa na goleada sofrida ante o Vitória SC (7-0), para a I Liga, no sábado, o Famalicão reapareceu hoje com o mesmo ‘onze’ da primeira mão e iniciou o desafio com muita intensidade, tendo procurado superar as ‘águias’ nos duelos e na velocidade para levar perigo à baliza de Vlachodimos.
O ascendente dos minhotos nos 20 primeiros minutos traduziu-se num remate de Pedro Gonçalves, por cima, ao minuto 18, e num lance em que Rúben Dias evitou um possível golo de Toni Martínez, com um corte de ‘carrinho’, aos 22.
O Benfica, que apresentou Tomás Tavares, Florentino e Cervi como novidades entre os titulares, quis, nesse período, baixar o ritmo quando tinha a bola e explorar sobretudo o envolvimento de Grimaldo, de Cervi e até de Rafa no lado esquerdo do ataque.
O golo que adiantou no marcador o conjunto treinado por Bruno Lage surgiu precisamente por essa faixa, com Carlos Vinicius, após perda de bola de Riccieli, a colocar a bola em Cervi, que na cara de Vaná tocou de calcanhar para Pizzi marcar o seu 22.º golo em jogos oficiais nesta época.
Vinícius esteve perto de novo golo ‘encarnado’ em dois lances ao minuto 27, mas os anfitriões reagiram e avançaram em busca do empate, que lhes foi negado por Vlachodimos, após remates de Toni Martínez, aos 34 minutos, e de Diogo Gonçalves, aos 39.
Em cima do minuto 45, o Famalicão ainda festejou o golo, num remate de Patrick William após o guardião grego das ‘águias’ ter ‘socado’ a bola, mas o lance foi anulado, depois de o videoárbitro ter detetado um fora de jogo de Gustavo Assunção por 31 centímetros.
Os minhotos regressaram dos balneários ainda mais dominadores e aproveitaram o espaço concedido pelo Benfica junto à grande área, no corredor central, para ameaçarem a baliza em remates de Diogo Gonçalves, Toni Martínez e Racic, entre os minutos 48 e 51.
Perante um adversário incapaz de contra-atacar com regularidade, o Famalicão ameaçou o empate num cabeceamento ao lado de Toni Martínez, aos 65 minutos, e repôs mesmo a igualdade aos 78, quando o avançado espanhol ‘emendou’ ao primeiro poste um cruzamento de Diogo Gonçalves e fez o seu 11.º golo na época.
Os pupilos de João Pedro Sousa continuaram instalados no meio-campo contrário até ao apito final, mas o Benfica aguentou a pressão e vai tentar vencer a prova pela 27.ª vez na final agendada para 24 de maio, no Estádio Nacional, em Oeiras, com o vencedor da meia-final entre FC Porto e Académico de Viseu, que se decide quarta-feira, no Porto.
Ficha de Jogo
Jogo realizado no Estádio Municipal de Famalicão.
Famalicão – Benfica, 1-1.
Ao intervalo: 0-1.
Marcadores:
0-1, Pizzi, 24 minutos.
1-1, Toni Martínez, 78.
Equipas:
– Famalicão: Vaná, Ivo Pinto (Walterson, 68), Riccieli, Patrick William, Racine Coly, Gustavo Assunção, Uros Racic, Pedro Gonçalves (Schiappacasse, 76), Diogo Gonçalves, Fábio Martins (Rúben Lameiras, 84) e Toni Martínez.
(Suplentes: Rafael Defendi, Roderick, Walterson, Guga, Ofori, Rúben Lameiras e Schiappacasse).
Treinador: João Pedro Sousa.
– Benfica: Vlachodimos, Tomás Tavares, Rúben Dias, Ferro, Grimaldo, Florentino, Taarabt, Pizzi, Cervi (Samaris, 86), Rafa (Chiquinho, 65) e Vinicius (Seferovic, 90+1).
(Suplentes: Zlobin, Nuno Tavares, Samaris, Jota, Chiquinho, Seferovic e Dyego Sousa).
Treinador: Bruno Lage.
Árbitro: Jorge Sousa (AF Porto).
Ação disciplinar: cartão amarelo para Uros Racic (22), Taarabt (28), Pedro Gonçalves (45+5), Cervi (60), Tomás Tavares (63), Fábio Martins (71), Vlachodimos (85), Vinicius (90+1) e Racine Coly (90+4).
Assistência: cerca de 5.200 espetadores.
João Pedro Sousa, treinador do Famalicão, na sala de imprensa, após empate (1-1) frente ao Benfica:
«Queria dedicar esta exibição aos jogadores que fizeram o último jogo no campeonato porque foi um dia difícil para nós e para eles. Disputamos esta meia-final até ao último minuto com uma grande equipa. Penso que merecíamos mais. Juntando a primeira e a segunda mão, penso que merecíamos passar.
O Benfica entrou um pouco cauteloso, a tentar eliminar a nossa construção. Forçou-nos um erro, que nos custou o golo, mas a partir daí tomamos conta do jogo e forçamos o erro do Benfica. Tivemos algumas oportunidades, algumas boas, infelizmente não conseguimos empatar antes do intervalo.
Na segunda parte fomos com uma vontade muito grande, pressionamos com o Toni e com o Pedro Gonçalves e começámos a criar outros problemas ao Benfica, mas infelizmente só conseguimos marcar um golo. Acabámos completamente balanceados para o ataque e ainda impedimos as transições do Benfica, onde eles são muito fortes.
[Qual é o sonho do Famalicão] Neste momento é apresentar todos os domingos um futebol agradável, que os adeptos gostam, e criar uma identidade. Quando estivermos a jogar, queremos que as pessoas saibam que é o Famalicão que está a jogar., é o maior orgulho.
[Falta de eficácia] Se tivéssemos acertado na finalização, estávamos na final, mas estamos a jogar perante uma grande equipa, com grandes jogadores, com um grande guarda-redes, mas se tivéssemos uma pontinha de felicidade, e falo também no golo no último minuto da primeira volta, provavelmente o desfecho seria outro. Estivemos bastante tempo nos três primeiros lugares e a equipa tem de estar preparada para o sucesso.
[Elogios de Lage] É com agrado vindo de um excelente treinador de uma excelente equipa. Achamos que a melhor forma de discutir o jogo e chegar à vitória é jogar assim, sabendo que podemos ter alguns dissabores porque jogamos no risco. Com o passar do tempo chegámos à conclusão que a equipa evoluiu muito e os jogadores divertem-se a jogar e sentem-se confortáveis.»
Bruno Lage, treinador do Benfica, na sala de imprensa, após empate (1-1) frente ao Famalicão:
«A passagem à final tem um significado muito especial, quer para mim, quer para muitos jovens que no ano passado estavam cá porque curiosamente o meu último jogo pela equipa B foi aqui. É um significado enorme.
Sobre o jogo, tivemos uma entrada muito forte. Nos primeiros 30 minutos estivemos muito bem no jogo. Pressionamos bem, fazia parte da estratégia, colocámo-nos em vantagem, mas o 1-0 é um resultado justo. O Famalicão foi equilibrando e na segunda parte faz uma grande exibição. Controla melhor a bola do que nós, encosta-nos à área e nós em termos físicos e emocionais, nos últimos 15 minutos, não pressionamos como pretendíamos. O Famalicão acaba, com justiça, chegar ao empate. O mais importante foi conquistarmos a oportunidade de jogar a final. Não satisfeito com a exibição, mas com o apuramento para a final.
[Quebra exibicional] Nos últimos jogos, em termos ofensivos, a equipa produziu bem, mas no momento defensivo não estivemos tão fortes, não temos tido um posicionamento de equilíbrio. Isso tem permitido algumas transições aos nossos adversários. Admito que não fizemos uma exibição consistente. Por isso, ao intervalo entendi que o Rafa devia jogar mais na linha e o puxar o Pizzi mais para o meio, ter um terceiro médio. Não resultou e fomos fazendo as substituições em função disso.