A Associação Académica da Universidade do Minho (AAUM) defendeu hoje a criação de um “regime excecional” para as propinas, com a definição de um período de tolerância em relação aos prazos de pagamento das prestações.

Em comunicado alusivo ao Dia Mundial do Estudante, a AAUM exige também o cancelamento de todas as penalizações decorrentes do incumprimento dos prazos previamente estabelecidos para pagamento das propinas.

O objetivo é “dar respostas às dificuldades que resultarão da quebra de rendimentos que será sentida por grande parte das famílias”, decorrente da pandemia da Covid-19.

A AAUM pede ainda a criação de “condições especiais” para o pagamento das propinas e despesas com alojamento por parte de famílias carenciadas.

Em relação às aulas online, metodologia adotada na sequência da pandemia, a AAUM refere que nenhum estudante pode ficar limitado na sua capacidade de acompanhar as atividades letivas em formato digital, por dificuldades de acesso às tecnologias de informação e de comunicação, nomeadamente por carência de recursos económicos.

“São necessárias soluções logísticas e pedagógicas de suporte por parte das entidades competentes”, refere o comunicado.

No comunicado, a AAUM sublinha ainda a “falta de soluções” para o problema do alojamento estudantil, que diz que poderá vir a prejudicar a continuidade dos estudos de milhares de estudantes deslocados de todo o país.

A Associação Académica vinca, por último, a necessidade da reforma das metodologias de ensino em Portugal, defendendo uma discussão séria sobre a implementação de novas metodologias de ensino e de ferramentas digitais, bem como do ensino à distância.

“Este é um tema para o qual as associações e federações académicas e estudantis têm vindo a alertar há vários anos e que acaba de se acentuar pelo infortúnio recente que todos acabamos por padecer. Tivesse esta prioridade sido assumida há mais tempo e mais bem preparados estaríamos para as medidas excecionais que tiveram que ser implementadas à pressa”, remata o comunicado.

O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou mais de 386 mil pessoas em todo o mundo, das quais morreram cerca de 17.000.

Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se por todo o mundo, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.

Em Portugal, há 33 mortes e 2.362 infeções confirmadas, segundo o balanço feito hoje pela Direção-Geral da Saúde.

Dos infetados, 203 estão internados, 48 dos quais em unidades de cuidados intensivos, e há 22 doentes que já recuperaram.