A Direcção-Geral da Saúde (DGS) recomenda o uso pela população em geral de máscaras “sociais” em locais fechados após o confinamento. Não é recomendado o uso de máscaras cirúrgicas nem de respiradores FFP2 e 3 pela população em geral.

A medida, divulgada no dia 13 de Abril, segue as directivas do Centro Europeu para Prevenção e Controlo de Doenças (ECDC), que, num relatório de 8 de Abril, informa que o uso de máscaras na comunidade deve ser considerado como medida complementar no combate à pandemia da covid-19, sobretudo se se estiver em espaços fechados (como supermercados), transportes públicos ou locais de trabalho em que as pessoas estejam próximas umas das outras. Vários países recomendam o uso generalizado de máscaras também na rua e outros estudam a sua adopção após o abrandamento das medidas de confinamento.

Tosse ou espirros

A recomendação para o uso de máscara prende-se com o facto de ela servir de barreira quando uma pessoa espirra ou tosse, reduzindo a propagação de gotículas. Isso pode ser importante se a pessoa estiver infectada com covid-19, mas sem sintomas. Em doenças transmitidas pelo ar, como o sarampo, o vírus pode propagar-se através de aerossóis, pequenas partículas em suspensão no ar várias horas. Essa é uma das razões pelas quais o vírus do sarampo é tão contagioso, sendo capaz de infectar alguém que entra numa sala horas depois de alguém infectado lá ter estado.

O vírus da covid-19 pode transmitir-se por gotículas respiratórias, que são grandes de mais para permanecer no ar por muito tempo e, por isso, caem em superfícies próximas. Mas qualquer pessoa que esteja próxima pode ser infectada se as gotículas caírem sobre a sua boca, o nariz e os olhos ou ao tocar uma superfície em que essas gotículas tenham caído e depois tocar no rosto.

Para reduzir as hipóteses de alguém infectado disseminar o vírus, o uso de máscaras pode ser útil em pessoas assintomáticas. No entanto, não substitui outras medidas para reduzir a propagação da covid-19, como a lavagem das mãos, o distanciamento físico e a permanência em casa. Ao usar-se uma máscara não deve ter-se uma falsa sensação de segurança, sobretudo porque funcionará melhor em combinação com outras medidas.

Máscaras cirúrgicas e respiratórias

As máscaras cirúrgicas e respiradores N95 ou FFP2 devem continuar reservadas para os profissionais de saúde e outros, conforme recomendação das entidades oficiais. Devido à sua escassez, máscaras de tecido feitas em casa com materiais comuns a baixo custo poderão ser usadas como uma medida de último recurso de protecção sobretudo dos outros, mantendo sempre medidas fundamentais como a distância dos outros e a lavagem as mãos com muita regularidade.

Máscara cirúrgica

Concebida para filtrar gotículas expelidas da boca de alguém, impedindo assim que cheguem à cara de outra pessoa ou a superfícies. Não filtram partículas inferiores a dois micrómetros de diâmetro. Têm três camadas: uma exterior (que repele água, sangue e fluídos corporais); uma intermédia (que filtra agentes patogénicos) e uma interior (que absorve água, saliva e transpiração).

Respirador N95

Concebido para filtragem de partículas existentes no ar, filtram diâmetros inferiores a três micrómetros. Têm quatro camadas: a primeira do chamado “tecido não tecido” (TNT)* de polipropileno; segunda de carvão activado que protege de poluição química; a terceira com um filtro de algodão para partículas até 0,3 micrómetros; e uma última, também de TNT de polipropileno, respirável e confortável para ficar encostada à pele.

Respirador FFP2

Destina-se a filtrar partículas muito pequenas, incluindo partículas em suspensão no ar como aerossóis, oferece uma boa protecção bidireccional, filtrando assim tanto a entrada como a saída do ar. Pode ter uma válvula, que ajuda a reduzir a acumulação de calor em condições quentes e húmidas.

*O TNT é um material obtido através de uma liga de fibras e um polímero, geralmente polipropileno, dispostos aleatoriamente e colados por calor ou pressão. O termo é usado na indústria têxtil para se referir a materiais, como feltro, que não são tecidos nem trabalhados como malhas.

IN “O Publico”