A Comissão de Coordenação e Desenvolvimento da Região (CCDR) Norte aprovou o Plano de Urbanização para as Sete Fontes que lhe foi apresentado pela Câmara de Braga. A aprovação – disse o vereador do pelouro, Miguel Bandeira, possibilita a abertura de um período de debate público, para recolha de sugestões e críticas.
O autarca adiantou que a decisão partiu de uma comissão que envolve quer técnicos de urbanismo da própria CCDR-N, quer dos organismos do ambiente, da conservação do património, e do setor agrícola. “Este é um passo fundamental no projeto do futuro Ecoparque das Sete Fontes”, sublinhou.
Miguel Bandeira acrescentou que o município chegou já a acordo com alguns dos proprietários para a compra dos terrenos, mas as escrituras foram adiadas devido à pandemia de covid-19. Os restantes terrenos terão de ser conseguidos por expropriação, dado que há outros terratenentes que não querem vender por dez euros o metro quadrado, dizendo que valem 80. E já contestaram o Plano e as suas restrições, no Tribunal Administrativo.
O Plano de Urbanização para a zona, para além da dimensão de proteção e salvaguarda do Monumento Nacional, “promove um desenho que facilite a apropriação dos sistemas naturais (regeneração de habitats, promoção e instalação de novos habitats, os caminhos da água, a vegetação existente, etc…) sem deixar de considerar a dimensão social e recreativa do espaço”.
“O Ecoparque implica a reabilitação da envolvente urbana, para proteção do monumento, a relação pedonal com a cidade e equipamentos próximos, como o Hospital e a Universidade do Minho”, afirmou.
A futura zona verde, a edificar em 20 hectares adjacentes às Sete Fontes – um sistema oitocentista de condutas de água em pedra, com sete pequenas casas, as mães de água – vai ter portas de acesso, um centro de interpretação e um sistema de atravessamento longitudinal paralelo às antigas canalizações, de forma a evitar o excesso de pisoteio na zona arqueológica. Terá, ainda, caminhos de atravessamento.
Prevê uma extensa zona verde, com a floresta a “entrar pela urbe”, ancorada no património – nacional – das estruturas do sistema oitocentista de abastecimento de água à cidade, no enquadramento paisagístico e no aproveitamento hídrico.
Em 1995, a ASPA- Associação de Defesa do Património, propôs a classificação do Sistema Hidráulico setecentista, conhecido como Complexo das Sete Fontes.
Dezasseis anos depois, em maio de 2011, o Estado português reconheceu a importância patrimonial do Sistema de Abastecimento de Água à cidade de Braga, no séc. XVIII, quando o classificou como Monumento Nacional.