João Paulo Rebelo, secretário de Estado da Juventude e do Desporto, não dá como certo regresso do campeonato 

Em entrevista ao jornal Económico, nesta terça-feira, o secretário de Estado da Juventude e do Desporto esclareceu que não é certo que o campeonato nacional regresse.

“Tenho lido e ouvido muitas pessoas a darem como adquirido o regresso da I Liga de futebol. A I Liga pode nem sequer retomar e também acontecer uma possibilidade que pode ser ainda mais dramática, do meu ponto de vista, que é retomar a competição e voltar a interrompê-la”, avisou João Paulo Rebelo.

O governante fala em “possibilidade de retoma”, agendada para o final deste mês, mas adverte também que, até lá, as autoridades envolvidas vão estar “estar constante monitorização e acompanhamento tendo em conta a capacidade de contágio desta doença”.

João Paulo Rebelo destaca ainda que especialistas da Federação Portuguesa de Futebol e da Direção-Geral de Saúde “estão a trabalhar para garantir um conjunto de condições que implicam a saúde dos participantes e a saúde pública de uma forma geral”. Por isso, estará em cima da mesa, nas próximas semanas, um eventual fim do campeonato.

Esta entrevista surge num momento em que se levantam dúvidas vozes discordantes sobre uma eventual retoma, que está prevista e que motivou, de resto, uma reunião em São Bento, com o primeiro-ministro, António Costa, os presidentes da Federação Portuguesa de Futebol (FPF), da Liga e dos três grandes: Sporting, FC Porto e Benfica.

Esse encontro teve como tema central a “análise aos termos em que pode ser efetuada a retoma dos campeonatos profissionais e o levantamento de restrições na área do desporto”.

Porém, com os regressos dos plantéis ao trabalho e a realização de testes, há jogadores que acusaram positivo para covid-19 e não existe consenso sobre a retoma da I Liga.

Na entrevista ao Económico, João Paulo Rebelo revelou que os clubes estão a enfrentar dificuldades, resultantes da paragem das competições e da perda de receitas, pelo que o regresso do futebol se tornou imperioso para as finanças de alguns emblemas mais vulneráveis. 

“Todos sabemos que os clubes têm manifestado, de uma forma geral, as suas dificuldades financeiras por não haver a retoma do campeonato e que isso pode ter impactos financeiros fatais para esses clubes. Por aí, aceita-se o risco existente, por mais baixo que seja. É este equilíbrio que tem de ser encontrado”, assinalou o secretário de Estado.

O desafio é diminuir os riscos, sendo que o risco zero “é uma utopia”.