Universitárias de Aveiro dizem-se assediadas por vigilantes

Inquérito mostra que um quinto dos estudantes que vive nas residências da Academia de Aveiro se sente inseguro.

As queixas sucessivas que vinha a receber, nas últimas semanas, relativamente às residências universitárias, levou a direção da Associação Académica da Universidade de Aveiro (AAUAv) a levar a cabo um inquérito, endereçado aos estudantes que nelas habitam. O resultado, por um lado, mostrou que 82,2% dos universitários gostam de viver nas residências, que são geridas pelos Serviços de Ação Social. Por outro, revelou que “um quinto dos alunos não se sente seguro no seu próprio alojamento” e que existem “residentes do Complexo do Castro que afirmam sofrer assédio por parte dos vigilantes”.

Dos cerca de 800 estudantes que vivem nas seis residências da Universidade de Aveiro (UA), responderam ao inquérito 293. E houve alguns dados que “preocuparam” a AAUAv, nomeadamente os relacionados com a segurança e com as medidas de contenção da pandemia. “Embora a maioria dos residentes se sinta seguro, 19,5% não se sentem. É uma informação preocupante”, pode ler-se no relatório do inquérito, onde se destaca o facto de, “no Complexo Residencial do Crasto, algumas residentes se sentirem inseguras, essencialmente devido ao assédio que sofrem por parte dos vigilantes/seguranças”, que têm “atitudes incorretas”.

Sem registo de queixas

Paulo Jorge Ferreira, reitor da UA, garantiu ao JN que as situações de alegado assédio “são um dado novo”. “Mal tive conhecimento, fui averiguar. E o certo é que não há qualquer registo de queixas nesse âmbito. Mas vamos ver o que se passa”, assegurou.

No que diz respeito à limpeza, apenas 10,6% dos estudantes deram nota negativa. Já no que concerne às condições das cozinhas, só 29% dos alunos deram parecer positivo. Houve queixas, ainda, de falta de materiais de desinfeção, como álcool-gel. “Devido à pandemia, reforçámos as equipas de limpeza. E no que diz respeito aos materiais de desinfeção, estão comprados em muita quantidade e os alunos sabem que basta pedi-los. Fiquei satisfeito, no geral, com os resultados do inquérito. Quanto aos pontos negativos, há que averiguar e melhorar, claro”, deixou claro Paulo Jorge Ferreira.

Pormenores

O bom e o mau

Outras das queixas dos alunos relacionam-se com “janelas em mau estado que permitem roubos” em algumas das residências. De positivo, a maioria dos estudantes destacou o “bom ambiente”.

Ranking

O reitor recordou que, recentemente, a UA ficou “em primeiro lugar, a nível nacional, e em 17.º, em termos europeus, num ranking em que alunos avaliaram vários parâmetros, entre os quais a qualidade dos alojamentos”.