As escolas de todos os níveis de ensino ficarão abertas. A possibilidade de fechar o secundário chegou a estar em cima da mesa, mas vingou a tese do ministro da Educação, para quem o custo de mandar os estudantes para casa é mais alto do que o risco de propagação do vírus.

A decisão de manter em funcionamento, com aulas presenciais, todos os níveis de ensino foi tomada pelo Conselho de Ministros, que esteve reunido toda a tarde desta quarta-feira. Esta foi uma decisão política já que, disse António Costa, ontem, terça-feira, os peritos estão divididos quanto ao impacto do fim das aulas presenciais a partir dos 12 anos.

Na reunião no Infarmed, na passada terça-feira, Manuel Carmo Gomes, professor de epidemiologia Faculdade de Ciências de Lisboa, argumentou pelo fecho das escolas, uma tese que defende há muito; Henrique Barros, professor no Instituto de Saúde Pública da Universidade do Porto, assegurou que o contágio acontece fora do ambiente escolar, mas não dentro dos portões das escolas; e Baltazar Nunes, do Instituto Nacional Dr. Ricardo Jorge, disse o ritmo de contágio pode baixar, mesmo com as escolas abertas.

Perante a posição divergente dos peritos, o primeiro-ministro deixou claro que a decisão final seria política, depois de ouvida a comunidade escolar. E a comunidade escolar defende a manutenção das aulas presenciais, ainda que com medidas de minimização do risco de contágio, como a realização de testes rápidos – seguindo aliás uma recomendação aprovada em novembro pelo Parlamento.

A decisão de manter as escolas abertas tem sido defendida por TIago Brandão Rodrigues, ministro da Educação. Foi tomada no Conselho de Ministros da tarde desta quarta-feira, que aprovou as regras concretas a aplicar no confinamento geral, em vigor até 30 de janeiro. O comércio não alimentar deverá encerrar, bem como os restaurantes, que apenas poderão servir em regime de “takeaway”. Em dúvida está o funcionamento dos ginásios e de atividades desportivas.

O decreto presidencial assinado por Marcelo Rebelo de Sousa e aprovado pela Assembleia da República na manhã desta quarta-feira prevê um confinamento geral, com dever de recolhimento em casa e de teletrabalho sempre que possível. Mas deixa expressa uma exceção para os dois próximos domingos, dias em que os portugueses poderão votar nas eleições presidenciais.