Os municípios das duas margens do rio Minho, anunciaram, esta quinta-feira, a intenção de avançar com “uma ação contra o Estado, por atentado a saúde pública”.

Em causa está o encerramento das fronteiras, deixando, na zona do Alto Minho, um único ponto de passagem que “potencia o aumento de contactos” com ajuntamentos nas horas de ponta. Autarcas da região fronteiriça juntaram-se esta manhã na velha ponte de Valença e Tui, numa ação conjunta de protesto.

“O Governo diz que [o encerramento das fronteiras] é para prevenir os contágios, mas nós entendemos que se está a fazer o contrário, ou seja a potenciar contactos quando há ajuntamentos”, declarou o presidente do Agrupamento Europeu de Cooperação Territorial do Rio Minho (AECT), Fernando Nogueira, referindo: Eventualmente podemos intentar contra o Estado português por atentado à saúde publica”.

Recorde-se que nos últimos dias se tem verificado filas ao início da manhã e fim de tarde na fronteira Valenca-Tui, que segundo dados do SEF é atravessado todos dias por “três a cinco mil pessoas”.

Os autarcas do AECT, num total de 26 municípios, reclamam a abertura de mais pontos da fronteira para passagem de trabalhadores transfronteiriços e transporte de mercadorias.

O vice-diretor do AECT, Uxio Benitez considerou “escandalosa, a medida de encerramento tomada pelos governos de Lisboa e Madrid”, à margem das reclamações com protestos públicos, que aqueles municípios raianos têm protagonizado desde o inicio da pandemia.