O município de Braga vai compensar a perda de receita dos Transportes Urbanos de Braga (TUB) em mais de um milhão e 100 mil euros, devido à pandemia de covid-19, anunciou hoje a autarquia.

Em comunicado, a câmara, liderada por Ricardo Rio (PSD), explica que “vai celebrar uma adenda ao contrato programa formalizado com os TUB – Transportes Urbanos de Braga, de forma a compensar a empresa municipal das perdas de receitas decorrentes dos efeitos da pandemia e das medidas impostas pela autarquia de apoio económico aos seus utilizadores”. 

A proposta, que será analisada durante a reunião do executivo municipal, na segunda-feira, prevê o pagamento de 1.158.858 euros. 

“A empresa municipal não cobrou os passes mensais de março a maio de 2020, posteriormente reduziu os tarifários em 50% para desempregados ou em situação de lay-off, ajustaram a sua oferta de forma a garantir a segurança de utilizadores e trabalhadores e permitiram a manutenção do serviço público de passageiros em níveis que garantiram as necessidades de mobilidade nos sucessivos estados de emergência”, justifica o município. 

A autarquia minhota conta que, “mesmo com a limitação à venda e validação dos títulos de transporte, os TUB continuaram a assegurar os serviços à população e garantiram a mobilidade dos trabalhadores do hospital, dos centros de saúde e das empresas que mantiveram a sua atividade”. 

Estas medidas, “que ajudaram muitas famílias bracarenses a aliviar os efeitos da pandemia”, representaram um custo extraordinário para a empresa municipal de transportes. 

Em março de 2020, segundo o município, a receita da venda de títulos não faturados cifrou-se nos 197.000 euros, em abril nos 465.398 euros e 396.404 euros em maio. 

“Dessa forma, seguindo as orientações da autarquia bracarense, a empresa não obteve qualquer receita, continuando a incorrer em custos fixos e extraordinários com um impacto fortíssimo, na medida em que as vendas foram reduzidas a zero”, explica a Câmara Municipal de Braga. 

O município refere ainda que, desde 2014, os TUB tinham vindo a aumentar o número de passageiros em 21% e as vendas dos títulos de transporte em 18%, obtendo resultados líquidos positivos em seis anos consecutivos.

“Em janeiro e fevereiro de 2020, e até ao primeiro estado de emergência, os TUB apresentavam uma trajetória de crescimento comparativamente ao período homólogo de 2019, registando um aumento médio de 4,7% na venda de títulos de transporte. Depois, entre 18 de março e 31 de maio, por orientação municipal, não houve qualquer validação de títulos a bordo e estabeleceu medidas excecionais relativas à pandemia”, sublinha a autarquia.