O PSD e o CDS assinaram, esta terça-feira, o acordo que formaliza a coligação entre ambos para as eleições autárquicas de setembro/outubro. Rui Rio, líder social-democrata, voltou a insistir no adiamento do ato eleitoral para novembro. No Porto, caso Rui Moreira se recandidate, terá o apoio do CDS.
“Estas eleições autárquicas têm uma importância enorme para todo o país, mas têm uma importância acrescida para o PSD”, afirmou Rio, em Lisboa. “Não fujo à responsabilidade”, garantiu.
“É muito importante conseguirmos enfraquecer esta quase hegemonia do PS”, que tem “mais presidentes de Câmara do que os outros [partidos] todos juntos”, sublinhou o líder social-democrata.
Rio não falou em fazer do PSD o partido com mais autarquias no país, preferindo dizer que o objetivo da coligação é “reduzir fortemente” o atual diferencial face aos PS. A distribuição atual, recorde-se, cifra-se em 160 autarquias para os socialistas, 98 para o PSD, seis para o CDS, além de 24 para a CDU e várias outras Câmaras nas mãos de independentes.
Já Francisco Rodrigues dos Santos, presidente do CDS, referiu que o principal objetivo da coligação será “derrotar a Esquerda no maior número de Câmaras possível” e dar “um passo essencial para mudarmos a página da ‘geringonça'”.
PSD fará “campanha agressiva” contra Rui Moreira
O número total de coligações não foi ainda esclarecido, mas fonte do CDS afirmou ao JN que deverão ser “mais de cem”. Rio esclareceu que a decisão de ambos os partidos concorrerem coligados – o Chega está excluído do acordo – partirá das direções locais.
O Porto será um caso em que PSD e CDS apoiarão, ao que tudo indica, candidatos diferentes. Rodrigues dos Santos disse não ver “razão rigorosamente nenhuma” para não continuar ao lado de Rui Moreira caso o autarca confirme que se recandidata; já Rio prometeu uma “campanha agressiva” contra “aquilo que tem sido a gestão” na cidade, mas negou que isso possa gerar qualquer “atrito” com o CDS.
Eleições só serão “totalmente transparentes” se houver adiamento
Rio voltou a defender que a ida às urnas – que ainda não está marcada, mas que deverá acontecer em setembro ou outubro – seja adiada “por 60 dias”, de modo a evitar que o período de campanha seja “muito reduzido”. “Não se consegue fazer uma campanha autárquica sem se contactar as pessoas”, referiu, afirmando que esse problema se acentua nos meios mais pequenos.
“Era prudente dar uma folga para que as eleições fossem totalmente transparentes”, prosseguiu o presidente laranja. Não adiar as eleições para novembro é “ajudar fortemente aqueles que estão no poder e prejudicar as alternativas democráticas”, referiu.
Por iniciativa do PSD, a questão será debatida no Parlamento no próximo dia 25.