A Federação Portuguesa de Futebol anunciou que a final da Taça de Portugal começará às 21h de 23 de maio, um domingo. O Sporting de Braga, um dos finalistas (o outro é o Benfica), revelou a sua indignação com o horário escolhido: “Bem sabemos que as exigências dos operadores televisivos e as pressões de alguns parceiros comerciais são (em demasiadas ocasiões, refira-se) mais relevantes do que aquilo que favorece realmente o espetáculo”

A pandemia trocou as voltas a tudo e com as portas dos recintos, em Portugal, ainda fechadas para quem for adepto, a final da Taça mais importante do futebol no país será, pelo segundo ano consecutivo, jogada em gente nas bancadas no Estádio Cidade de Coimbra. Na terça-feira, a Federação Portuguesa de Futebol (FPF) revelou que o jogo terá início às 21 horas.

Já se sabia que a final seria a 23 de maio, um domingo, dia logo distinto do tradicional que é decidir-se o vencedor da Taça de Portugal a um sábado, após o campeonato terminar. Mas, sendo a última jornada da Liga NOS a 19 de maio, uma quarta-feira, havia tempos de descanso entre jogos a respeitar.

O Sporting de Braga, um dos finalistas – o outro é o Benfica -, critica a decisão da FPF em agendar para as 21h de um domingo o início da partida, classificando-a como “a total negação do que é (ou do que deveria ser) a essência do futebol” e lamentando que “as exigências dos operadores televisivos e as pressões de alguns parceiros comerciais são (em demasiadas ocasiões, refira-se) mais relevantes do que aquilo que favorece realmente o espetáculo”.

Em comunicado, o clube minhoto acredita que existe “uma linha que a FPF “não quererá ultrapassar”, descrevendo-a como “a do iminente perigo de um total e irreversível distanciamento entre adeptos, clubes e, por consequência, as instituições que regem o futebol”.

Colocando o horário de início da final da Taça de Portugal às 21h, o Sporting de Braga defende que “a essência do futebol não se poderá nunca cumprir na sua plenitude se um jogo com a carga histórica da Taça de Portugal for disputado num horário destes, renegando por completo aqueles que são, sem sombra de dúvida, o baluarte de todo este desporto: os adeptos”.

O clube, aceitando e compreendendo a necessidade de agendar a final para um domingo, “mas nunca num horário que ultrapassasse as 19 horas!”, pois este “seria o limite para que, após a disputa em campo, a equipa vencedora (seja ela qual for) pudesse festejar condignamente na sua cidade, junto dos seus sócios e adeptos”. Caso, por exemplo, tenha que ser jogado um prolongamento (30 minutos), a final terminaria muito perto da meia noite.

Como tal, o Sporting de Braga exige “bom senso” e solicita “que o horário da final da Taça de Portugal seja revisto”.