Gestora de redes de eletricidade e gás reforça o investimento em até 35%, mas anuncia um corte nos dividendos aos acionistas

O investimento da REN – Redes Energéticas Nacionais nos próximos quatro anos deverá ultrapassar os 900 milhões de euros, considerando as várias áreas de negócio da empresa em Portugal e no Chile, de acordo com o novo plano estratégico da gestora de redes, apresentado esta sexta-feira.

A REN projeta para Portugal um investimento (entre eletricidade e gás natural) de 190 a 220 milhões de euros por ano neste novo ciclo (contra uma média anual de 156 milhões no período de 2018 a 2020). No Chile prevê investir 10 a 15 milhões por ano, acima da média anual de 8 milhões registada no anterior plano.

Globalmente, o novo plano de investimento representa um aumento de até 35% face ao investimento médio anual dos últimos cinco anos.

A eletricidade será a área prioritária da REN, e dentro desta a empresa antecipa que até 75% seja investimento de expansão e o restante de manutenção e modernização das redes existentes.

E há uma outra diferença face aos últimos anos. Para o período de 2021 a 2024 a REN conta que 80% do investimento seja na eletricidade (face a 50% nos últimos cinco anos). E se até 2020 a empresa concentrou 55% do investimento em crescimento orgânico (e o restante foi canalizado para aquisições), no novo plano a REN prevê que 100% do investimento seja orgânico (ou seja: até 2024 a empresa não conta fazer novas aquisições).

A empresa espera manter uma base regulada de ativos de 4 mil milhões de euros nos próximos quatro anos (atualmente é de 3,9 mil milhões). A manutenção num nível similar é explicada pelo facto de, apesar da entrada em exploração de ativos novos, a carteira de investimentos mais antigos ir também encolhendo por via da respetiva amortização.

De resto, em termos de evolução de resultados, a REN não espera grande crescimento nos próximos anos. O EBITDA (resultado antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) numa base ajustada deverá situar-se entre 450 e 470 milhões de euros nos próximos quatro anos (em 2020 foi de 463 milhões).

O lucro da REN, que em 2020 foi de 99 milhões de euros, deverá situar-se entre 90 e 105 milhões de euros entre 2021 e 2024.

A dívida líquida da empresa deve ter uma ligeira redução, passando dos 2,74 mil milhões de euros em 2020 para um valor entre 2,7 e 2,5 mil milhões nos próximos quatro anos.

EMPRESA BAIXA O DIVIDENDO

O plano conservador da REN levou a administração da empresa a cortar a remuneração acionista. Desde 2013 que a gestora de redes de energia distribuía 17,1 cêntimos por ação.