Medidas da DGS para o isolamento profilático quando há casos de covid-19 nas escolas estão desajustadas, considera Filinto Lima e levam a que milhares de alunos estejam em casa, uma situação que pode continuar na época de exames que se aproxima.
As regras da Direção Geral da Saúde (DGS) para as escolas que têm casos positivos de covid-19 colocou pelo menos 8.700 alunos em isolamento profilático. E, escrevemos “pelo menos” porque foi a este número que o jornal Público chegou, sem, no entanto, conseguir apurar a totalidade de municípios de Portugal, por falta de dados compilados sobre a situação.
Estes números que pecam por defeito resultam do facto de as normas da DGS indicarem às escolas que sempre que há um caso de covid-19 entre um aluno, toda a turma deve ser enviada para casa em isolamento, bem como todos os professores dessa turma. Já se for um professor, devem ir todos os seus alunos. “Há situações em que as autoridades de saúde mandaram fechar a escola toda. Matosinhos fechou a partir de 15 de maio”, critica à SÁBADO Filinto Lima, presidente da Associação Nacional de Diretores de Agrupamentos e Escolas Públicas (ANDAEP).
O protocolo estabelecido pela DGS em abril, está para Filinto Lima ultrapassado. “Há aqui uma dualidade gritante da DGS, se por algum lado, em algumas manifestações políticas e desportivas foi tudo ao molho e fé em Deus, nas escolas basta um aluno ou professor ser positivo para fecharem a escola, ou mandarem para casa todos os alunos e o conselho de turma, respetivo. Uma dualidade de critérios que não está a ser explicada e que devia ser”, acrescenta o também diretor do Agrupamento de Escolas Dr. Costa Matos, em Vila Nova de Gaia.