As 100 empresas que mais verbas aplicaram em Investigação e Desenvolvimento no país despenderam 900 milhões de euros naquelas áreas no ano passado.
A NOS foi a empresa que em 2020 mais investiu em atividades de investigação e desenvolvimento (I&D) em Portugal. A empresa de telecomunicações gastou 67,2 milhões de euros com I&D no ano passado, o que lhe garantiu o primeiro lugar.
Ao todo, foram mais de 900 milhões de euros os valores investidos pelas 100 empresas que mais despesas tiveram com Investigação & Desenvolvimento em Portugal em 2020. No total, as 100 empresas empregam mais de 10 870 trabalhadores em I&D. Os dados constam do relatório “Empresas com mais despesa em atividades de I&D em 2020 – Portugal”, da Direção-Geral de Estatísticas da Educação e Ciência (DGEEC). O relatório tem por base os resultados provisórios do Inquérito ao Potencial Científico e Tecnológico Nacional 2020 (IPCTN20), que constitui a fonte de informação estatística oficial relativa a atividades de I&D no país.
“Os resultados provisórios do IPCTN20 revelam que as 100 empresas/grupos com mais investimento intramuros em I&D foram responsáveis por 49% da despesa total do setor empresarial, que atingiu 1811 milhões de euros e representou 0,89% do PIB nacional em 2020”, refere o relatório. “O pessoal em I&D nestas empresas representou 36% do total de recursos humanos afetos a estas atividades (30 206 ETI) no setor empresarial”, adianta.
Estes são dados gerais e incluem dados de empresas que não são públicos. Dos dados públicos que constam do relatório – autorizados pelas empresas para divulgação – no total, o valor gasto supera os 480 milhões de euros e o número de trabalhadores ronda os 5260, segundo o documento.
A lista das empresas/grupos com mais despesa intramuros em atividades de I&D em 2020 é provisória e “foi construída a partir dos dados reportados pelas empresas até à data de apuramento dos resultados provisórios do inquérito”.
Além dos dados da despesa, a lista contém informação sobre os recursos humanos envolvidos naquelas atividades, desagregados por pessoal total, pessoas com nível de qualificação académica superior e doutorados. Os dados referem-se a unidades de Equivalente a Tempo Integral (ETI).
Segundo o documento, a partir dos resultados definitivos do Inquérito será produzida uma nova lista de empresas com mais despesa em I&D em 2020, podendo as posições das empresas/grupos variar entre as duas listas, a provisória e a definitiva.
O relatório informa que algumas das posições não reveladas devem-se a empresas que, até à data da publicação, não responderam ao pedido de solicitação de autorização de divulgação da sua informação.
Telecomunicações lideram
A lista de 100 empresas que mais gastaram em I&D em 2020 em Portugal engloba companhias de diversos setores, incluindo telecomunicações, banca, setor farmacêutico, energia, seguros, retalho alimentar, saúde, indústria e matérias primas, entre outros.
Logo a seguir à NOS, a Altice, dona do Meo, é a empresa com maior despesa em I&D em Portugal em 2020. O grupo de telecomunicações despendeu 59,5 milhões de euros com atividades naquelas áreas. Mas, apesar de estar em segundo lugar, a Altice emprega 662 trabalhadores das áreas, o triplo dos recursos humanos que a NOS tem alocados aos mesmos setores, que correspondem a 226 trabalhadores, segundo o relatório.
A terceira posição é ocupada pela farmacêutica portuguesa Bial, que gastou 44,4 milhões de euros em I&D em 2020. A empresa emprega 164 trabalhadores do setor.
O grupo Millennium bcp surge em quinto lugar. A quarta posição não tem a empresa identificada. O BCP gastou 33,2 milhões de euros em I&D no ano passado. O grupo do setor da banca emprega 214 colaboradores das áreas de I&D. No ano passado, os bancos tiveram de acelerar os processos de digitalização dos serviços bancários devido às medidas restritivas adotadas pelo governo na gestão da pandemia, que começou em março de 2020, e incluiu um confinamento fgeral da população. Em comparação com o BCP, a Caixa Geral de Depósitos surge na posição 74.ª com um investimento de 3,2 milhões de euros e um total de 65 colaboradores de I&D.