Para a Remote, fazer crescer uma equipa é muito mais fácil remotamente do que fisicamente.

A Remote é a nossa mais recente unicórnio – a quinta startup com ADN português avaliada em, pelo menos, mil milhões de dólares – e espera aumentar em até 700% o número de trabalhadores este ano, precisamente para 700, todos em trabalho remoto e com um salário mínimo de 35 mil euros por ano.

“Não temos sede alguma, 100% da empresa está em sítios diferentes. Não temos escritórios físicos”, começa por explicar, orgulhoso, ao jornal Dinheiro Vivo o CTO e cofundador, Marcelo Lebre, o conceito disruptivo de uma startup de sucesso que procura os melhores talentos em teletrabalho no mundo inteiro. “Focamo-nos nas pessoas e menos na parte física, usamos esse dinheiro para dar melhores condições de trabalho, equipamentos e salários. Quando contratamos alguém vamos contratar a melhor pessoa que conseguirmos no planeta para aquela função. Se estivéssemos reduzidos a algumas geografias estaríamos também limitados às pessoas que lá se encontram ou a processos longos e dispendiosos de realojamento. Fazer crescer uma equipa é muito mais fácil remotamente do que fisicamente, sem dúvida.”

A Remote criou uma plataforma para gestão de recursos humanos em teletrabalho, para remover barreiras a qualquer empresa na contratação dos melhores profissionais em qualquer parte do mundo. Fundada em janeiro de 2019 nos Estados Unidos por Marcelo Lebre e por Job van der Voort, um holandês a viver desde 2011 em Portugal, a Remote teve uma ascensão meteórica a unicórnio, fruto da necessidade das empresas terem sido forçadas pela pandemia de covid-19 a adotarem modelos de trabalho fully remote.

“A pandemia foi de facto um catalisador para o teletrabalho e para as novas funções associadas ao futuro do trabalho devido à inércia existente associada à cultura de escritório que tem séculos de existência”, explica Marcelo Lebre. “O que se verificou foi que durante a pandemia quase todas as empresas se viram forçadas a adotar este novo modelo de trabalho e cerca de 70% das pessoas não querem voltar a um escritório porque em casa conseguem gerir melhor o seu trabalho, não desperdiçam tempo com deslocações para o trabalho e podem inclusivamente dedicar esse tempo extra a si próprios e aos seus. Por outro lado, as empresas reportam também um aumento significativo de produtividade com os trabalhadores remotos devido à redução drástica de interrupções e stress, entre outros.”

“Contratamos de igual forma a nível mundial sem qualquer limitação. Na Remote temos pessoas a colaborar na mesma equipa de Vila Nova da Baronia (Portugal), Visakhapatnam (Índia) e Bishkek (Quirguistão). Somos totalmente agnósticos na localização das pessoas que contratamos. A diversidade de culturas e experiências enriquece imenso o resultado final do trabalho.”