Inglaterra tem registado uma tendência crescente de diagnósticos, mas abaixo do recorde do último inverno, quando chegou a passar a barreira dos 60 mil novos casos em 24 horas.

O Comité Conjunto de Vacinação do Reino Unido decidiu recomendar a terceira dose da vacina da covid-19 a todas as pessoas com mais de 40 anos. É a notícia a marcar o arranque da semana em terras britânicas, estando marcada para esta tarde uma conferência de imprensa de Boris Johnson. Com vários países do centro da Europa a tomar medidas mais restritivas para combater a covid-19, em Inglaterra veio a público nos últimos dias um plano de Downing Street para levantar todas as medidas da covid-19 em abril, algo que o Governo, não negando, considerou prematuro estar a discutir neste momento. O foco é o inverno e meses “turbulentos” pela frente.

O parecer do comité de vacinação é que todas as pessoas com mais de 40 anos possam reforçar a vacina 180 dias após a última toma, tendo recomendado também que jovens de 16 e 17 anos, que só receberam uma dose, levem agora a segunda. 

Escócia e País de Gales já anunciaram que vão seguir a recomendação, esperando-se agora a posição de Boris Johnson sobre Inglaterra. Embora as regiões tenham autonomia, têm regra geral seguido as mesmas linhas.

O governo britânico continua a insistir que o reforço da vacinação fará a diferença no Natal. 

O Reino Unido já tinha avançado, em setembro, com o reforço da vacinação para maiores de 50 anos. De acordo com o último balanço, 11,4 milhões de britânicos já receberam a dose de reforço. A nível nacional, o Reino Unido tem 79,9% da população com a vacinação completa e 87,7% com uma dose. Ainda segundo este último balanço publicado pelo Governo inglês, sete em cada 10 idosos com mais de oitenta anos já têm a dose de reforço.  

Em Portugal a terceira dose só está neste momento a ser dada a maiores de 70 anos, devendo abrir nas próximas semanas o autoagendamento para maiores de 65 anos. Começa também hoje o reforço da vacinação de profissionais de saúde. A última previsão foi de que o país chegaria às 500 mil doses de reforço no fim de semana, havendo mais de 2,2 milhões de portugueses com mais de 65 anos elegíveis para o reforço nos moldes atuais definidos pela Direção Geral da Saúde. São considerados elegíveis pelo Governo e pela DGS para a terceira dose pessoas com idade igual ou superior a 65 anos, que não tenham tido a infeção e com o esquema vacinal completo há pelo menos 180 dias. O calendário da DGS é concluir esta etapa de vacinação antes do Natal. “Nós não sabemos se não será cumprida, o nosso objetivo é que seja cumprida, ainda falta tempo para o Natal. Nós temos que pensar que todos os dias contam, portanto quem não veio no dia em que deveria ter vindo não faz mal, tem oportunidade de vir, tem ‘casa aberta'”, disse no sábado Graça Freita, referindo-se à modalidade de fazer a vacina sem marcação prévia, que funcionou este fim de semana para maiores de 80.

Centro da Europa aperta medidas

Entretanto, a Áustria é o país europeu a tomar a medida mais drástica, tendo começado esta segunda-feira um confinamento obrigatório para quem não está vacinado, sendo até aqui o estado membro da UE a fazer esta separação. 65% dos austríacos têm vacinação completa e 2 milhões não iniciaram ou não concluíram o esquema vacinal. Pelo menos durante os próximos 10 dias os não vacinados só podem circular na via pública para ir trabalhar e para compras essenciais, depois de já estarem até aqui banidos de cafés, bares e eventos sociais.