Há crianças e mulheres em trabalho de parto nos escombros
Governo ucraniano acusa a Rússia de um ataque aéreo a uma maternidade em Mariupol. Estavam no edifício crianças e mulheres em trabalho de parto.
A maternidade de um hospital pediátrico foi esta quarta-feira atingida por um ataque aéreo em Mariupol. Até agora, o governo da região de Donetsk indicou que pelo menos 17 pessoas ficaram feridas, estando as autoridades à procura de vítimas entre os escombros.
Ao jornal The Telegraph, uma médica que está a ajudar na distribuição de mantimentos por todo o país, avançou que “muitas mulheres, recém-nascidos e pessoal médicos foram mortos”.
A denúncia do ataque foi feita por Volodymyr Zelensky, através das redes sociais. O presidente ucraniano publicou um vídeo que mostra a destruição que resultou do ataque e atribuiu a “atrocidade” a um “ataque aéreo das tropas russas”. “Durante quanto mais tempo é que o mundo vai ser cúmplice e vai continuar a ignorar este terror?”, questionou Zelensky, pedindo, mais uma vez, o fim das mortes na Ucrânia.
Além de Zelensky, também o seu conselheiro, Mykhailo Podolyak, utilizou as redes sociais para partilhar um vídeo para mostrar aquilo que resta agora da maternidade, onde estavam crianças e mulheres em trabalho de parto na altura do ataque aéreo. “Não será isto suficiente para fechar o espaço aéreo a mísseis? Não será um argumento para parar com as mortes?”, questionou Podolyak.
Esta cidade portuária tem sido atacada nos últimos dias e, segundo as autoridades locais de Mariupol, os danos deste ataque foram “colossais”, apesar de ainda não ter conhecimento do número de vítimas.
Além disso, o ataque aconteceu num momento em que tinha sido decretado cessar fogo para que os civis pudessem sair desta cidade. Nos últimos dias, verificaram-se várias tentativas para retirar cerca de 300 mil civis de Mariupol, mas estas fracassaram sempre. De acordo com os número do governo ucraniano, morreram nesta cidade 1.170 civis desde que a Rússia invadiu a Ucrânia.
Horas mais tarde, Boris Johnson condenou o ataque aéreo, dizendo que o Reino Unido vai ajudar a Ucrânia a defender-se. “Vamos responsabilizar Putin pelos seus terríveis crimes”, disse o primeiro-ministro britânico.
Também a ONU falou sobre o que aconteceu esta quarta-feira. Stephane Dujarric, porta-voz das Nações Unidas, referiu que nenhuma unidade de saúde “deve ser um alvo”. A ONU e a Organização Mundial da Saúde pediram ainda para que unidades de saúde não fossem atacadas.
Ao final do dia, o secretário-geral das Nações Unidas falou sobre o ataque aéreo, considerando ser um ato “horrível”. “Os civis estão a pagar um preço elevado por uma guerra que não tem nada a ver com eles”, escreveu António Guterres no Twitter. “Esta violência sem sentido tem de parar”, acrescentou.