Numa exibição segura da seleção nacional, Bruno Fernandes bisou na partida e Portugal derrotou a Macedónia do Norte, garantindo assim a presença no Mundial de 2022 que se vai realizar no Qatar. Será a sexta participação consecutiva da seleção nacional em Campeonatos do Mundo.
Não podia ser diferente do que aconteceu nos playoffs de acesso aos Campeonatos do Mundo de 2010, na África do Sul, ou de 2014, no Brasil. Fernando Santos sabia-o e chutava os medos com a garantia dada de que Portugal, mais uma vez, ia estar no Mundial.
As promessas de Fernando Santos enamoraram o país desde o Euro 2016, quando o engenheiro disse que só voltava para Portugal no final da competição e que seria recebido em festa. Cumpriu-a, naquele que foi o primeiro título da história do escalão A da seleção nacional, e agora o país cobra-lhe tudo aquilo que pode, entre contentamentos de títulos, somou-se a Liga das Nações ao Europeu, e dos desalentos que foram as saídas prematuras do Mundial de 2018 e do Euro 2020, amarguras etiquetadas com um futebol pouco atrativo e ofensivo perante um leque de jogadores de classe mundial.
Chegar ao Qatar não se afigurava fácil. Depois do balde de água fria que foi a derrota por 1-2 no estádio da Luz, diante da Sérvia, o caminho para o Campeonato do Mundo, que se realiza no final deste ano, era tudo menos simples. Se em 2010 tivémos Bósnia Herzegovina no caminho e em 2014 a Suécia de Zlatan Ibrahimovic, agora era a Itália, a campeã da Europa em título que na fase de grupos foi suplantada pela Suíça no topo da tabela. A seleção das Quinas só iria encontrar a Squadra Azzura na final, primeiro era preciso CR7 e companhia vencer a Turquia e os italianos derrotarem a Macedónia do Norte, mas a imprensa e as redes sociais pareciam já ter o grande confronto deste playoff decidido.
Aconteceu, como todos sabemos, que Portugal passou a Turquia e que Itália não passou a Macedónia do Norte e que por isso a tão antecipada final não ia acontecer, com o encontro decisivo a decidir-se no estádio do Dragão diante dos macedónios.
Numa final, ser a Itália ou a Macedónia é, muitas vezes, só uma questão de nome. A emoção de uma tamanha decisão em apenas 90 minutos pode ser causadora de todo o tipo de surpresas. Felizmente para Portugal, não foi.
Apesar da equipa das Quinas não ter entrado tão pressionante e entusiasmada dentro das quatro linhas como no encontro com os turcos, que venceu por 3-1, a seleção nacional sobre fazer o seu caminho sem nunca ficar por baixo. Com mais ocasiões de perigo, o golo acabou por aparecer. Bruno Fernandes ‘roubou’ um passe do ex-colega do Sporting CP Ristovski, deu a bola a Ronaldo que a soube devolver ao companheiro de equipa no Manchester United no momento certo, deixando-o isolado perante a baliza da Macedónia. Bruno não se fez rogado e inaugurou o marcador.
Na segunda parte, o jogo não mudou de figura. Com a Macedónia do Norte desconfortável em desvantagem, sem conseguir produzir grande perigo ofensivo e depois de ter falhado em prolongar o empate até um momento em que poderia surpreender a equipa liderada por Fernando Santos, Portugal acabou por ‘matar’ o encontro com um golo em contra-ataque, num momento de descompensação adversária em que o bloco defensivo macedónio foi suplantado pelo cruzamento de Diogo Jota que encontrou Bruno Fernandes à entrada da grande área e que, com uma finalização à ponta de lança, fez o segundo golo na partida e na conta pessoal.
Com o apito final veio a garantia de que Portugal ia estar no Qatar, assegurando assim a sexta presença consecutiva em mundiais depois de 2002, 2006, 2010, 2014 e 2018.