Contrato de arrendamento não foi renovado e família, com quatro crianças, terá de sair até ao final do mês de maio.
Um contrato de arrendamento não renovado e a possibilidade de ficar sem casa para si, para o companheiro e para os quatro filhos, – dois deles com necessidades especiais – levou Carina Santos Soares a criar uma campanha de angariação de fundos na expectativa de conseguir dinheiro para fazer face aos preços do mercado imobiliário.
A campanha foi criada há seis dias pela mãe, cuidadora informal, com um valor mínimo de 3.000 para poder “pagar o valor do sinal e rendas de caução” pedidas para alugar uma nova casa.
Em menos de uma semana, uma onda de solidariedade mobilizou-se e já foram angariados mais de 5.500 euros. O excedente será utilizado para “rendas futuras”, explica Carina na mensagem escrita que acompanha a angariação.
A história de uma família com um “bebé milagre”
Carina conta um bocadinho da história da família e o que levou a recorrer à plataforma GoFundMe para garantir um teto.
“Somos uma família de 6 (2 adultos e 4 crianças), 2 delas com necessidades especiais, 1 delas com incapacidade de 80%”, começa por contar. Carina já foi, inclusive, com este último filho a alguns programas televisivos no sentido de conseguir ajuda para as terapias que este necessita.
“O pai trabalha, mas neste momento encontra‐se de seguro, infelizmente teve um acidente grave de trabalho, neste momento aufere 70% do seu ordenado, eu sou cuidadora informal”, continua acrescentando que vivem “uma situação delicada”.
“As rendas encontram‐se em valores que estão muito além das nossas posses”, assumiu Carina, que dizia não saber onde a família ficaria depois de ter de sair no final deste mês.
Na plataforma indica ainda que tem feito “o possível para encontrar uma resposta” para situação “junto de praticamente todos organismos competentes, sem nenhum sucesso”.
Francisco, conhecido por ‘Kiko, o bebé milagre’, é o filho do casal que mais cuidados necessita. O menino nasceu com “trissomia 21” e “hidrocefalia com variadas comorbilidades neurológicas”, entre outras condicionantes que provocam um “atraso do desenvolvimento psicomotor”.
Kiko sofre ainda de surdez “tendo que no futuro usar próteses auditivas, tem miopia acentuada, nistagmo” e outras patologias.
Na página dedicada a angariar ajuda para o menino é ainda dito que, apesar de tudo, “Kiko é um menino muito feliz e sorridente”.
“Todos os diagnósticos diziam que seria uma morte anunciada, ainda na barriga ou logo depois de nascer, mas ele aqui está… Para dizer ao mundo que diagnóstico não é destino! O Kiko precisa de ajuda de todos vós, para continuar as suas terapias (fisioterapia, terapia da fala, psicomotricidade e terapia ocupacional), entre outras necessidades. O seu futuro, depende do que se faz no presente”, lê-se na página ‘Kiko o meu bebé milagre’.