Portugal já ultrapassou os quatro milhões de casos da Covid-19

Dados da Direção-Geral da Saúde revelam que o nosso país contabilizou, até 10 de maio de 2022, um total de 4.015.440 infeções pelo novo coronavírus.

Portugal ultrapassou os quatro milhões de casos de infeção pelo novo coronavírus desde o início da pandemia. De acordo com os dados divulgados pela Direção-Geral da Saúde (DGS) em relação a este indicador, houve no nosso país – entre os dias 4 de março 2020 a 10 de maio de 2022 (a última terça-feira) -, um total de 4.015.440 casos da Covid-19. 

De lembrar que um relatório do Instituto Superior Técnico (IST) sobre a pandemia indicou que a eliminação do uso de máscara aumentou as infeções em Portugal – que atingiu um índice de transmissibilidade (Rt) de 1,17 e que poderá registar uma sexta vaga de Covid-19: “A possibilidade de uma sexta vaga está a desenhar-se de forma muito intensa”, é referido. 

Segundo esta avaliação de risco da pandemia elaborada por Henrique Oliveira, Pedro Amaral, José Rui Figueira e Ana Serro, que compõem este grupo de trabalho coordenado pelo presidente do IST, Rogério Colaço, “a atual situação é de aumento do perigo pandémico face ao anterior relatório”, de 19 de abril.

Ainda de acordo com o documento, a eliminação do uso de máscaras “parece ter tido um efeito muito acentuado na subida de casos atual”, uma medida que os especialistas do IST consideram ter sido “acertada” nas escolas, mas que está a provocar um “excesso de contágios” em ambiente laboral.

Recorde-se que, no mês passado, a obrigatoriedade do uso das máscaras ‘caiu’mantendo-se obrigatória (apenas) nos estabelecimentos e serviços de saúde, nas estruturas residenciais ou de acolhimento ou serviços de apoio domiciliário para populações vulneráveis ou pessoas idosas, bem como unidades de cuidados continuados integrados da Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados e, ainda, nos transportes coletivos de passageiros, incluindo o transporte aéreo, bem como no transporte de passageiros em táxi ou TVDE.

Já esta quarta-feira, a Agência Europeia para a Segurança da Aviação (EASA) e o Centro Europeu de Prevenção e Controlo das Doenças (ECDC) informaram que, a partir da próxima segunda-feira, deixam de recomendar máscaras obrigatórias em aeroportos e voos europeus.

O grupo de trabalho do Técnico considera também que os dados existentes indicam que as novas linhagens da variante Ómicron do coronavírus SARS-CoV-2 podem estar a contribuir para o aumento do número de casos. Face à “tendência de agravamento significativo” da pandemia em Portugal, os especialistas admitem também que a recente subida de casos positivos de SARS-CoV-2 “provavelmente contribuirá” para o aumento da mortalidade nos próximos 30 dias.

Linhagem BA.5 responsável por 37% dos casos de Covid-19

A linhagem BA.5 da variante Ómicron já é responsável por 37% dos casos de infeção em Portugal, uma tendência de crescimento que deve chegar aos 80% a 22 de maio, estima o Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA).

“Projeta-se que a linhagem BA.5 possa atingir uma frequência relativa de cerca de 80% ao dia 22 de maio, assumindo uma tendência de crescimento relativo de 13% por dia e um tempo de duplicação de cerca de seis dias“, adianta o relatório sobre a diversidade genética do coronavírus SARS-CoV-2 em Portugal.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) já admitiu que essa linhagem, que apresenta várias características genéticas consideradas de interesse pelos especialistas, caso de mutações com impacto na entrada do coronavírus nas células, pode ser mais transmissível do que a BA.2, mas ressalvou que ainda não existem dados que comprovem que provoca Covid-19 mais grave.

Relatório de 11 de maio com estimativas da curva epidémica da infeção por SARS-CoV-2 por data de início de sintomas e estimativas dos parâmetros de transmissibilidade.
Consulte o relatório ️ https://t.co/ufpeQ4KIO2#Rt #COVID19PT #INSA #InstitutoRicardoJorge #SNS #Saúde pic.twitter.com/NPEpWOg0uh— Instituto Ricardo Jorge (@irj_pt) May 11, 2022